quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

HINO OFICIAL DO SENHOR DO BONFIM É POUCO CONHECIDO

Nesta quinta, durante o cortejo da Lavagem do Bonfim, poucos serão aqueles que saberão acompanhar estes versos: “À sombra do teu madeiro/ sob um céu primaveril/ nasce o povo brasileiro/ cresce pujante o Brasil/ De um dia sermos vencidos/ Não nos assalta o temor/ Ao teu lado sempre unidos/ Somos teu povo, ô, senhor”. Um pequeno trecho do hino oficial ao Senhor do Bonfim.

Ainda desconhecido da maioria da população, o hino foi criado, em 1923, por Pethion de Villar, pseudônimo do médico Egas Moniz Barreto de Aragão, e musicado pelo maestro e compositor Remígio Domenech, a pedido de um membro da Irmandade do Senhor do Bonfim. O poema passou a ser considerado o hino religioso oficial em homenagem ao santo católico que, de acordo com os fiéis, interveio pelos baianos durante a luta pela independência do Estado.

Hoje, o poema é entoado nas novenas do Senhor do Bonfim. “Quem é devoto de verdade conhece a letra e sabe cantar. É que existe o outro hino muito mais executado e conhecido por todos”, diz Francisco Rufino, maestro do coral da Igreja do Senhor do Bonfim há mais de 30 anos.

O outro hino ao qual o maestro se refere é o cívico, também criado durante as comemorações do centenário da Independência da Bahia, por Arthur de Salles e João Antônio Wanderley, a pedido do então prefeito da cidade, Dr. Manuel Duarte de Oliveira. Com os versos: “Glória a Ti nesse dia de glória/ glória a Ti, redentor, que há cem anos/ nossos pais conduzistes à vitória pelos mares e campos baianos...”, o hino foi imortalizado por Caetano Veloso em 1968 – no disco “Tropicália ou Panis et Circensis”.

“O gesto inicial do hino é construído diretamente em cima de um acorde com quinta do baixo, e isso dá um impulso para a frente. Esse artifício dá uma clareza muito grande à melodia, ajudando a ficar gravado de forma muito mais fácil. Essa sonoridade não sai do ouvido nunca. O gesto inicial envolve uma subida melódica, o que talvez sugira a subida da colina, só que cantando”, explica Paulo Lima, professor da Escola de Música da Universidade Federal da Bahia. (As informações do A Tarde)

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