segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

"ERA CERTO QUE ELE IA MATÁ-LA", DIZ NAYARA SOBRE LINDEMBERG

A jovem Nayara Rodrigues, que foi baleada no braço e no rosto durante o cárcere com Eloá Pimentel, quando tinha 15 anos, afirmou nesta segunda-feira que Lindemberg Alves invadiu o apartamento em que estavam com a intenção clara de matar a amiga. Ela foi a primeira testemunha a prestar depoimento no julgamento em Santo André.

"Notei que ele tentava se livrar de mim (no cativeiro). Ele pedia para deixá-lo sozinho para resolver tudo com ela (Eloá). Pra mim era certo que ele ia matá-la. Assim que ele entrou, com arma em punho, ele disse (para os três): 'Não era para vocês estarem aqui'. Se ele chegasse e encontrasse ela sozinha, ela já estaria morta. Como ele mesmo falava: 'Era matar e sair andando", afirmou a jovem durante o depoimento.

Nayara reafirmou o perfil violento de Linderberg durante os dias que manteve os reféns. Inquieta e mexendo muito os pés, ela disse que réu, que foi retirado da sala durante o depoimento, mudou de humor várias vezes naquela semana e que batia na amiga. "Eloá foi agredida muitas vezes. Quando eu voltei percebi que Eloá estava toda roxa. Isso me motivou para ficar com ela", disse sobre ter voltado ao apartamento.

"Ele se vangloriava do que estava fazendo. Ele primeiro atirou contra a multidão e depois contra o policial para mostrar que ele não estava brincando. Ele dizia: 'Voce viu? O policial se esquivou, ficou com medo. Eu sou o príncipe do gueto'", disse Nayara sobre um dos momentos tensos do sequestro.

A amiga de Eloá também reafirmou o que já tinha dito sobre a invasão policial naquela tarde de sexta-feira. Ao contrário do que alega a polícia, Nayara diz que Lindemberg, apesar de demonstrado intenção de matar Eloá, só atirou após a invasão dos policiais.

Nayara foi a primeira testemunha a falar nesta segunda-feira. Antes disso, defesa e acusação exibiram vídeos sobre o caso neste primeiro dia de julgamento.

O julgamento

Dezenove testemunhas haviam sido convocadas em um primeiro momento – cinco de acusação, arroladas pela promotora de Justiça Daniela Hashimoto, e outras 14 de defesa, convidadas pela advogada Ana Lúcia Assad. Mas nesta segunda-feira a lista foi modificada e alguns deles dispensados.

As informações são do Último Segundo

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