Todos os dias, um pintor de 38 anos nascido e criado na Mata Escura interrompe o trabalho para pegar o filho de 11 anos na Escola Municipal Maria Constância, com medo da rivalidade existente entre facções de três localidades: Larguinho, Inferninho e Bate Folha/Rocinha.
“Os caras do Larguinho vêm para o final de linha ver se tem alguém do Inferninho estudando no local. Se pegar, eles dão coronhadas, tomam cadernos. A polícia tem que fazer mais segurança aqui”, reclama o pintor, pedindo sigilo de identidade.
Mas não são só os estudantes que sofrem com a guerra dos traficantes da Mata Escura, acirrada este mês após a prisão de Cristian Sóstenis Barreto da Silva, apontado como um dos líderes do Inferninho.
“No domingo, estava levando meu filho e minha mulher para a igreja e foi uma correria na Rua dos Artistas. Começaram a atirar para cima. O grupo do Larguinho foi trocar tiros com o do Inferninho. É como se fosse um toque de recolher”, relata o pintor.
O relato coincide com o depoimento de uma comerciante que mora há 50 anos no bairro: “No domingo, a gente teve que sair correndo porque os caras estavam armados. Não temos sossego. Muita gente já saiu da escola por causa disso”. (As informações do Correio)
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