segunda-feira, 13 de maio de 2013

SERVIDORA CITA 'MALA DE R$ 1 MILHÃO' PARA JUIZ

Depoimento de uma servidora administrativa da Secretaria da Fazenda de São Paulo revela que o juiz Élcio Fiori Henriques, do Tribunal de Impostos e Taxas (TIT), recebeu uma "mala com R$ 1 milhão" no exercício de sua atividade como julgador de recursos de empresas autuadas pelo Fisco paulista. Silvânia Felippe declarou à Polícia Federal (PF), no âmbito da Operação Lava-Rápido - investigação sobre desvios de processos fiscais - que um outro magistrado do TIT foi afastado por um juiz presidente de Câmara "porque ele deu mala com R$ 1 milhão para o juiz fiscal Fiori".

Silvânia declarou que "diversos processos bons com valores altos são direcionados para Élcio Fiori, não sabe exatamente por que razão". Ela afirmou: "O juiz presidente, ao julgar processos, dá provimento com a parceria de mais um juiz, e outros dois negam provimento. Entretanto, como o juiz presidente pode dar o voto de desempate, tudo já está acertado com empresários".

O relato da servidora, também citada na Operação Lava-Rápido, reforça a suspeita que cerca a origem da fortuna do magistrado. Em apenas 30 meses, de 4 de março de 2010 a 5 de outubro de 2012, Fiori - agente fiscal de rendas de carreira, com vencimento líquido de R$ 13,02 mil - construiu patrimônio de R$ 30,75 milhões. Ele comprou, naquele período, 19 imóveis de alto padrão em áreas nobres de São Paulo. Em cartório, declarou desembolso de R$ 15,28 milhões. Alcançou lucro a realizar de R$ 15,46 milhões.

Todos os bens de Fiori, inclusive aplicações financeiras, e de sua empresa, a JSK Serviços, Investimentos e Participações, constituída em maio de 2011, estão bloqueados por ordem da 9.º Vara da Fazenda Pública da Capital. Os investigadores trabalham com a hipótese de que o juiz conquistou seu tesouro por meio de negociações com empresas autuadas por sonegação e irregularidades tributárias. (As informações da Agência Estado)

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