O grande desafio dos sistemas de saúde do mundo será desenvolver políticas voltadas para o envelhecimento da população, em particular nos países mais pobres. A advertência foi anunciada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta quinta-feira (6), em uma série de estudos publicados na revista médica The Lancet. Segundo a organização, em 2020, pela primeira vez na História, o número de pessoas com 60 anos ou mais no mundo superará o de crianças com menos de cinco anos. Dessa forma, uma em cada sete pessoas será idosa. Já em 2050, a população acima dos 60 anos será de dois bilhões de pessoas (uma em cada cinco) contra os 841 milhões atuais, destacou o departamento de estatísticas da OMS neste estudo.
"O envelhecimento dominará a ordem do dia das políticas de saúde", declarou à imprensa, em Genebra, o doutor Sommath Chatterji, coordenador do estudo. "Nos países com renda baixa ou média, os serviços de saúde não são formados para tratar de pessoas idosas", informou o doutor Tiers Boerma, diretor do departamento de estatísticas da OMS. Segundo ele, os problemas de saúde destas pessoas são múltiplos e crônicos, como causas de óbito pelo câncer, doenças respiratórias, artrose, problemas mentais e neurológicos. Ainda segundo a OMS, o número de afetados por demência deve passar dos atuais 44 milhões para 135 milhões em 2050. De acordo com a OMS, uma das soluções será o desenvolvimento da "cobertura universal de saúde", mas que pode ser diferente de um país para o outro.
"Não existe um modelo único", disse Boerma. Ainda assim, as medidas não precisam, obrigatoriamente, ser caras. A redução do consumo de sal e a política contra o tabagismo são ações dessa ordem. A OMS também orienta a formação de clínicas móveis para as populações rurais, ampliar a difusão das vacinas e dar orientações para uma vida saudável. (As Informações da AFP)
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