Afastado com uma lesão muscular na coxa esquerda e a apenas uma semana do término de seu contrato (de experiência de três meses com o Bahia), o lateral direito Adriano Apodi poderia estar vivendo um momento de indefinição na carreira. Ao que tudo indica, porém, a história terá final feliz.
Apesar de ainda não ser oficial, o diretor de futebol do Bahia, Alexandre Faria, já sinaliza a extensão do vínculo do jogador com o Tricolor de Aço. "A intenção é essa, a gente está conversando e a tendência é que seja renovado... pelo menos até o fim deste ano", disse. A notícia soa como um alento ao jogador de 27 anos. Nascido e criado no bairro de Alto de Coutos, no Subúrbio Ferroviário da capital baiana, Adriano não vê a hora de realizar este sonho.
Triunfo pessoal - Um sonho não apenas dele, mas de toda a família. De origem humilde, Adriano é um dos sete filhos do autônomo Francisco, 68, e da costureira Maria Silva, 66. A renovação de contrato com o Bahia significa, além de um triunfo pessoal, a possibilidade de melhorar a vida dos irmãos e pais, com quem mora até hoje. "Hoje não vou dizer o valor, mas ganho três vezes mais do que ganhava no Vitória da Conquista. Não é muita coisa, mas dá para ajudar bastante em casa. Quando retornei de Conquista, voltei a morar com meus pais e minha irmã mais nova, Marisa, 23. Moramos todos na Rua Dois de Julho, em Alto de Coutos", enfatiza o lateral, que se orgulha ao pronunciar o nome do bairro que reside.
"Moro num bairro humilde, sofredor, que convive com a rotina do tráfico de drogas diariamente. Assinar esse novo contrato com o Bahia não será apenas uma vitória minha, mas de todos daqui. Serei uma prova viva de que, apesar de toda violência, criminalidade do bairro, é possível vencer na vida", diz Adriano, que aos cinco anos deu seus primeiros chutes no Campo do Areal. Anos mais tarde, já adolescente, Morango - alcunha de infância atribuída a ele por conta da semelhança de sua cabeça com o formato da fruta -, começou a bater bola à vera no campinho do bairro.
O tutor era seu próprio pai, que, na época, treinava o Palmeiras de Coutos e orientava o franzino garoto. "Do areal fui jogar no Ypiranga. Lá, virei profissional em 2010, com Emerson Ferretti à frente do clube. Depois, rodei. Fui para Tocantins, Ceará, Brasília... joguei em nove clubes até chegar ao Bahia, onde quero fazer história", destaca Adriano, que aproveita para esclarecer uma polêmica na qual teve seu nome envolvido.
Tricolor de Coração - Em meados de julho, circularam pelas redes sociais postagens no Twitter atribuídas ao lateral datadas de outubro de 2013. Nos posts, Apodi atacava o Bahia com provocações e xingamentos. "Não fui eu! Criaram um fake. Fico triste com essas coisas. Nunca fiz mal a ninguém. Quando tenho a chance de mudar o rumo de minha vida, fazem isso...", lamenta o hoje torcedor "de coração" do Bahia. "Quando criança, eu era São Paulo. Hoje, só troquei o Tricolor. Sou Bahêa! Não tem como não ser. Bastou entrar na Fonte Nova, olhar aquela torcida... Sou feliz por jogar no maior time do estado". (As informações do A Tarde)
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