Nos rostos e nos discursos, indignação e pedidos de Justiça. Nos cartazes, homenagens à mais recente vítima da violência contra a mulher, a professora Sandra Denise Costa Alfonso, 40 anos, morta na última sexta-feira pelo marido, o major Valdiógenes Almeida Júnior, 45, subcomandante do 3º Grupamento de Bombeiros, no Iguatemi. O crime ocorreu na Escola Municipal Esperança de Viver, onde Sandra também era vice-diretora.
As frases “Todos nós somos Sandras” e “Sandra Denise, presente” estampavam as faixas. A Praça do Campo Grande foi o local escolhido por professores e movimentos feministas para chamar a atenção e cobrar punição pelo assassinato de Sandra. O ato, organizado pela Associação dos Professores Licenciados do Brasil - Seção Bahia (APLB Sindicato), repudiou o crime e cobrou a expulsão do major Valdiógenes do Corpo de Bombeiros.
“Estamos aqui para nos posicionar contra o feminicídio e para pedir Justiça no caso de Sandra”, disse Elza Melo, diretora da APLB. “Um cidadão como esse não tem a mínima condição de vestir a farda (dos Bombeiros) e não deve ter privilégios na prisão. Ele deve ser expulso e colocado entre os presos comuns”, afirmou Marcos Barreto, também da APLB, indignado com o fato de Valdiógenes estar detido no Batalhão de Choque da PM, em Lauro de Freitas, na região metropolitana. “Ele está entre seus pares, sendo vigiado por seus subordinados”. Valdiógenes é major no 3ª Grupamento do Corpo de Bombeiro (Iguatemi).
O protesto desta terça-feira (17) foi idealizado pela professora Ionildes Oliveira, 36, que sequer conhecia Sandra. “Propus esse ato porque poderia ser qualquer uma de nós. Sandra não pode virar estatística”, disse. Presente na homenagem, a vice-prefeita Célia Sacramento defendeu o investimento em políticas que tornem as mulheres menos vulneráveis. “A partir do momento que um homem tem a ousadia de entrar em uma escola e matar uma mulher, isso mostra que temos muito a avançar”.
Professor de inglês da Escola Vivaldo da Costa Lima, Artur Gonçalves Neto disse que tem alunos cujos pais batem nas mães e eles acham normal. “Nosso papel como educador é desconstruir isso”, disse ele. (As informações do Correio)
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