O sol tinha acabado de se pôr e a lua cheia surgia gigantesca. Um espetáculo sem plateia. Às 17h45 de quinta-feira, ao menos na orla de Stella Maris, o que se via era uma praia sem banhistas, uma beira-mar deserta, iluminação em penumbra e moradores entocados em casa. Para os que elaboram o projeto de revitalização da região, este é um cenário que deve mudar em alguns meses.
A nova Stella ainda não tem prazo para ficar pronta e a verba para a execução das obras ainda não foi liberada. Mas o fato é que o projeto, o único plano de urbanização para aquela área em décadas, está 100% finalizado. Na verdade, o projeto não contempla somente o local. A obra com 5 km de extensão parte do limite com Itapuã, atravessa Stella, passa por Praia do Flamengo e chega até Ipitanga.
O casal Thiago Jacomel, 30, e Andressa Oliveira, 32, das últimas pessoas a se recolher para casa, chegou a imaginar aquele trecho de Orla com ciclistas, skatistas e patinadores dividindo o mesmo espaço, namorados de mãos dadas sem preocupação, bares e quiosques cheios o dia inteiro e, por que não, um mergulho à noite. “Nós somos teimosos por estar até agora aqui. Queremos ver essa orla cheia de gente o dia todo. À noite, basta uma boa iluminação”, afirma Thiago.
Intervenções - Segundo a Fundação Mário Leal Ferreira (FMLF), responsável pela obra, vai ter tudo isso e mais um pouco. As intervenções urbanísticas, depois de quatro reuniões com a comunidade, envolvem a construção de um grande calçadão, ciclovia, quadras de futebol, quadras de vôlei, deck de contemplação e de meditação, mirante, parques infantis, quiosques, espaço cultural, espaço para massagem, base de apoio a esportes náuticos, trilhas e pistas para patins.
Também haverá colocação de mobiliário urbano e instalação de novas redes de iluminação e drenagem. Apesar do tamanho do projeto, o maior em extensão se comparado com os que já foram feitos, este é considerado o mais “orgânico”, ou seja, mantém as características originais, sem grandes alterações ambientais. O projeto prevê a manutenção do cordão de dunas e a recomposição da cobertura de restinga, por exemplo.
Outra preocupação foi manter o grande coqueiral da praia. “Ali temos ainda muita área de restinga e muitos coqueiros. Não só vamos mantê-los como vamos plantar ainda mais vegetação. Esse vai ser um dos maiores orçamentos da obra”, explica a arquiteta e urbanista Tânia Scofield Almeida, presidente FMLF. (As informações do Correio)
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