Mais de um mês após a divulgação do risco de racionamento no abastecimento de água de Salvador e Região Metropolitana (RMS), o sinal de alerta ainda está ligado. O volume útil nas barragens que atendem essas regiões ainda é considerado baixo. Os percentuais são: Pedra do Cavalo (24,23%), Santa Helena (11,75%), Joanes 2 (13,31%), Joanes 1 (59,82%), Ipitanga 1 (20,09%) e Ipitanga 2 (39,91%), de acordo com o boletim divulgado pela Embasa.
Segundo o diretor de operação da RMS da Embasa, Carlos Ramires, esse volume é suficiente para abastecer Salvador e Região Metropolitana nos próximos 45 dias. "A situação ainda é de alerta, porque a chuva não foi suficiente para recuperar os níveis das nossas represas. A expectativa é que chova, mas caso não ocorra, existe risco de racionamento", explicou.
A previsão do tempo não é muito animadora, de acordo com a meteorologista Cláudia Valéria Santos, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). "O prognóstico para esse trimestre (maio, junho e julho) é que as chuvas permaneçam de normal a baixo, ou seja, não tem perspectiva de chuva em grande volume", disse.
Maio é um mês tipicamente chuvoso em Salvador e no Recôncavo Baiano, onde ficam as barragens que abastecem a capital e a região da Grande Salvador. Contudo, a tendência desse ano está abaixo da média. "Apenas em março choveu acima da média (19%) prevista para esse mês, em compensação, em abril choveu somente 49% do que era estimado para o período", explica Cláudia Valéria.
Para não depender apenas de "São Pedro", a Embasa tem realizado manobras para aumentar a capacidade das barragens. Uma das medidas foi transpor a água da barragem de Santa Helena para a Joanes 2. "O que está mantendo o Joanes 2 é a represa de Santa Helena", explica Ramires.
Outra iniciativa é transferir a água de áreas onde não há alcance das bombas para locais onde é possível captar. Essa ação também foi realizada em Joanes, que requer uma atenção especial. O sistema do Recôncavo Norte, que inclui as barragens de Santa Helena, Joanes 1 e 2 e Ipitanga 1 e 2, é responsável por aproximadamente 35% do abastecimento de Salvador, atendendo a Pituba, parte do Itaigara, Paralela, Itapuã, Imbuí, parte do Cabula, Federação e Brotas.
Na ausência das barragens de Joanes, a barragem de Pedra do Cavalo, que já é responsável pelo abastecimento de 65% de Salvador e um trecho da RMS, teria como suprir parte da demanda. "Alguns desses bairros podem ser abastecidos pela Pedra do Cavalo, mas o restante não, ficaria desabastecido", explica Ramires.
Economia - Diante do risco, Ramires disse que a população também tem colaborar. "Faço um apelo para que a população evite o desperdício. O consumo doméstico tem uma média de 30% de desperdício e isso representa muito. As pessoas devem procurar um uso mais consciente".
Ramires diz que algumas ações do dia a dia são responsáveis por esse desperdício: banho demorado, chuveiro ligado ao se ensaboar, uso de máquina de forma indiscrimida, utilização de mangueira para lavar carro e jardim, além de vazamentos em descarga e torneira. Evitar essas situações impede o gasto desnecessário e pode representar uma economia significativa (confira outras dicas abaixo).
É o que faz o aposentado Jessé Lopes. Ele explica que consome abaixo do mínimo cobrado pela Embasa. "Sempre economizo, mesmo teoricamente não precisando fazer, já que pago todo mês o mínimo de 10 m³. Gasto em média 6 a 7 m³. Mas, para economizar, tomo banho com um recipiente embaixo do chuveiro e a água coletada serve para usar na descarga. Também regulo a descarga para o mínimo necessário e quando está chovendo, levanto o toldo da varanda para que a chuva molhe minhas plantas", conta. (As informações do A Tarde)
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