As gêmeas siamesas Laura e Laís nascidas na quinta-feira, 15, em Santo Antônio de Jesus (a 200 km de Salvador), chegaram nesta sexta, 16, no Hospital Estadual Materno Infantil Dr. Jurandir Nascimento (HMI), em Goiânia (GO), onde estão em avaliação para uma futura cirurgia para a separação.
A família das meninas mora em Piraí do Norte (a 300 km de Salvador) e a mãe, Liliane Silva dos Santos, de 35 anos, já estava sendo acompanhada por profissionais do Hospital Roberto Santos, em Salvador.
No entanto, a expectativa era que elas ainda fossem demorar 10 dias para nascer. Para evitar atropelos e fazer uma revisão, a mãe já estava em deslocamento para Salvador quando entrou em trabalho de parto.
Parto
Depois de percorrer algumas unidades de saúde que não puderam receber a parturiente por falta de estrutura, Liliane foi acolhida na Maternidade Luiz Argollo que funciona junto à Santa Casa de Misericórdia de Santo Antônio de Jesus.
Liliane, que já tinha dois filhos, de 8 e 17 anos, sofreu uma hemorragia no pós-parto e teve retirado o útero. Na quinta, ela saiu da UTI, mas permanece internada com quadro de saúde estável.
Uma tia das siamesas acompanhou as bebês, que estão unidas pelo abdômem e compartilham o fígado, rim, bexiga e um órgão reprodutor.
Elas, que pesam 3.798 quilogramas, seguiram na noite da quinta em UTI Móvel até Feira de Santana, de onde seguiram em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) até Goiás.
Conforme nota divulgada, nesta sexta, pelo HMI, elas estão internadas na Unidade de Cuidados Intermediários Neonatal (Ucin) com quadro estável e vão começar uma dieta via oral.
A nota destacou que ainda não tem a data definida para a cirurgia, pois outros exames devem ser realizados e o caso será avaliado pela equipe coordenada pelo cirurgião pediátrico Zacharias Calil. A complexidade principal é o compartilhamento de quatro órgãos, três deles vitais.
O Hospital Materno Infantil de Goiânia é a única unidade do Sistema Único de Saúde (SUS) apta a realizar a separação de gêmeos siameses no País. A unidade já registrou 39 casos de siameses e 18 separações.
A primeira aconteceu em 2000, das gêmeas Larissa e Lorrayne, que eram unidas pelo abdômen e pela pelve. A literatura médica mundial indica que, dentre os siameses operados, um em cada cinco sobrevive à cirurgia. De acordo com a nota divulgada pelo hospital, na unidade esse índice chega a 50%. ( (As informações do A Tarde)
Nenhum comentário:
Postar um comentário