Após ter confessado que matou a menina Raíssa Eloá Caparelli Dadona, de 9 anos, um adolescente foi levado para uma unidade da Fundação Casa, que atende menores infratores, em São Paulo na noite desta terça-feira (01). De acordo com o G1, o jovem vai ficar em internação provisória por 45 dias, até que o inquérito esclareça em definitivo o caso, pois a polícia não descarta a participação de outra pessoa no crime.
O acusado foi ouvido pela promotora da infância e da juventude Tatiana Calle durante cinco horas, na tarde desta terça-feira. O processo está em segredo de Justiça.
Horas antes, durante depoimento prestado à polícia, o adolescente disse ter usado um galho de árvore para matar a menina. O conteúdo das declarações dele chocou até os próprios pais do menino, segundo o delegado Luiz Eduardo de Aguiar Maturano, titular da 5ª Delegacia de Polícia de Repressão aos Crimes Contra a Criança e o Adolescente, da Divisão de Homicídios.
A Justiça já havia determinado a apreensão do adolescente investigado. Ele será ouvido por promotores do Departamento de Infância e Juventude do Ministério Público (MP). Posteriormente, deve ser encaminhado a uma das unidades da Fundação Casa, entidade que visa recuperar menores infratores.
O adolescente e a menina moravam na mesma rua e, de acordo com vizinhos, nos últimos dias estavam bem próximos. Amigos da família contam que os dois estavam tão apegados que a mãe da Raíssa havia levado o adolescente a um culto junto com a filha em uma igreja evangélica, no mês passado. Raíssa fazia tratamento para autismo havia um ano.
Causa da morte
A Polícia Civil de São Paulo investiga se a Raíssa foi asfixiada e se sofreu violência sexual. Laudo da Polícia Técnico-Científica irá apontar a provável causa da morte da menina, que foi encontrada amarrada a uma árvore e sem vida. Ela estava suspensa pelo pescoço, o que sugere a suspeita de asfixia.
O corpo foi submetido a exame sexológico, porque foram encontrados ferimentos compatíveis com quem poderia ter sofrido violência sexual.
Versões conflitantes
Foi o próprio adolescente quem procurou a administração do parque para informar sobre a localização do corpo, ainda no domingo. De acordo com a polícia, o adolescente de 12 anos chegou a confessar ter matado Raíssa, tendo mãe, após chegar em casa no dia do crime, que matou a menina.
Entretanto, na delegacia, declarou ter sido forçado por um homem de bicicleta, que o teria ameaçado com uma faca e então forçado a ajudar a matar a garota.
Sumiço
Em depoimento prestado à polícia, a mãe de Raíssa, Vânia, contou que levou a garota e o irmão mais novo para uma festa por volta do meio-dia de domingo. O local estava cheio de crianças.
Em dado momento, a mãe deixou a filha no pula-pula e foi buscar pipoca para o outro filho. Ao retornar, não a encontrou mais. A gestora do local onde acontecia a festa procurou a criança e pediu apoio a visitantes.
A garota fazia tratamento no Núcleo de Apoio às Pessoas com Deficiência porque era tímida e havia suspeita de ser autista. Outros alunos do espaço fizeram desenhos nesta terça em homenagem à colega que morreu.
O adolescente e a menina se conheciam. As casas deles ficavam distantes uma da outra a cerca de 100 metros de distância. Os dois costumavam brincar juntos.
O corpo de Raíssa foi sepultado na tarde de segunda, no Cemitério Municipal de Perus, na Zona Norte de São Paulo. (As informações do Correio)
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