domingo, 2 de setembro de 2018

BAHIA FICA ABAIXO DA META E IMUNIZA APENAS 84% DAS CRIANÇAS

O segundo dia D de vacinação contra a poliomielite e sarampo termina com o saldo negativo na Bahia, se considerada a meta de imunização estabelecida pelo Ministério da Saúde. Até o momento de fechamento desta reportagem, dados oficiais no site do Ministério da Saúde mostravam que apenas 84% das crianças entre um e cinco anos de idade foram imunizadas em todo o estado, quando a meta estabelecia que pelo menos 95% das crianças pertencentes a este grupo deveriam estar vacinadas ao fim deste sábado (1º). Em Salvador a situação é ainda pior, apenas 66% das crianças se vacinaram - cerca de 15 mil doses foram aplicadas neste sábado e a capital baiana tem 134 mil crianças com idade adequada à vacinação.

Embora este sábado tenha sido o último dia oficial de vacinação, a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde informou que normalmente quando a meta não é atingida, o Ministério da Saúde costuma prorrogar o calendário de vacinação para que a maior parte do público tenha acesso. Este ano, a vacinação foi feita de forma indiscriminada. Isso quer dizer que mesmo as crianças com esquema vacinal em dia deverão receber mais um reforço, desde que não tenham sido vacinadas nos últimos 30 dias.

Segundo Ramon Saavedra, Coordenador Estadual do Programa de Imunizações da Sesab, já que a Bahia está com essa dificuldade para atingir a meta, o Ministério da Saúde deverá fazer uma parceira com os municípios para localizar as criançar que não foram imunizadas.

Nossa equipe de reportagem esteve no 5º Centro de Saúde Clementino Fraga, na tarde deste sábado, e o movimento estava fraco. Funcionários, inclusive, informaram que esperavam uma procura maior pelas vacinas, já que hoje foi o segundo dia D, após um primeiro em que apenas 67,22% das crianças foram imunizadas.

Baixa procura

Entre os poucos pais que aguardavam para imunizar seus pequenos estava a enfermeira Daniele Louise, 34, e o administrador Tiago Alvez, 33. Eles foram até lá para vacinar a pequena Eloá, de 3 anos, e ressaltaram a importância da imunização.

“A vacinação é boa para o sistema imunológico da criança se fortalecer, principalmente nos dias de hoje em que as doenças têm sofrido algumas mutações. Além disso, nossa filha frequenta escola e creche, onde o contágio é facilitado já que há contato direto com outras crianças”, disse Daniele, que ainda afirmou que se sente muito mais segura desta forma.

Além disso, é importante lembrar também que o Brasil enfrenta dois surtos de sarampo: no Amazonas, que já computa 1.211 casos, sendo 6.905 em investigação, e em Roraima, com o registro de 300 casos da doença, sendo que 70 continuam em investigação. Em todo o país já foram registrados 7 óbitos por sarampo, sendo 4 em Roraima (3 em estrangeiros e 1 em brasileiro) e 3 óbitos no Amazonas (todos brasileiros).

“A mobilização deve ser de todos nós, gestores, pais, responsáveis, profissionais de saúde. Temos que continuar somando esforços porque a vacinação é a forma mais eficaz de impedir que doenças já eliminadas retornem ao Brasil. Temos que vacinar, pelo menos, 95% das crianças de um a menores de cinco anos”, avalia o ministro da Saúde, Gilberto Occhi.

Quem também se pronunciou sobre o assunto foi o secretário municipal da saúde, Luiz Galvão. “Empenhamos todos os esforços para garantir a proteção de nossas crianças. Estendemos até 20h o horário de funcionamento de algumas unidades de saúde, fomos até escolas e creches, promovemos dois dias D, como o que aconteceu neste sábado. Porém, também é muito importante que os pais ou responsáveis assumam suas responsabilidades. Hoje foi oficialmente o último dia da campanha e aguardaremos definições do Ministério da Saúde sobre uma possível prorrogação, já que aqui em Salvador a estratégia foi prejudicada no início pela greve dos servidores”, lembrou o secretário.

Balanço Nacional

No Brasil a situação não é muito diferente. Apenas seis estados atingiram a meta estipulada pelo Ministério da Saúde: Espírito Santo, Santa Catarina, Pernambuco, Rondônia, Amapá e Sergipe. em todo o país apenas 86,4% do público foi atingido. (As informações do Correio)

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