A quarta edição do Santo Pescado, feira realizada pela Bahia Pesca, promete levar economia à ceia de Páscoa dos soteropolitanos. Nesta terça (15) e quarta (16), os pescados frescos são vendidos com descontos de até 60% no Terminal Pesqueiro da Ribeira.
O Santo Pescado acontece entre 7h e 17h, nesta terça-feira, e entre 7h e 12h, nesta quarta, ou enquanto durarem os estoques dos produtos. Na edição desta quarta, haverá venda de camarão fresco com desconto especial: R$ 15 o quilo. Os peixes só serão comercializados se sobrar estoque do primeiro dia de vendas.
De todos os produtos, o que está com maior desconto é a sardinha, vendida a R$ 5 o quilo. De acordo com a Bahia Pesca, todos os peixes são comercializados inteiros.
O técnico de montagem Bruno Santos, 39 anos, conta que, há alguns anos, opta por comprar o peixe da Semana Santa no feirão que, segundo ele, costuma oferecer bons descontos. Neste ano, no entanto, ele não gostou tanto assim do que viu.
“Os valores não são absurdos, mas são altos para a população comum. Ano passado paguei mais barato e a diferença foi grande. Lá em casa sempre comemos peixe na Semana Santa e, apesar de serem apenas três pessoas, recebemos a família. Mãe, sogra, irmãos, sobrinhos. É muita gente”, contou ele, que deixou o terminal com 14 kg de pescados, entre vermelho, badejo e bijupirá.
O presidente da empresa, que é vinculado à Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura (Seagri), Eduardo Rodrigues, explica como são definidos os preços dos produtos. "Nós fazemos uma pesquisa antes do evento, para definir os preços. O vermelho, por exemplo, costuma custar R$ 32, R$ 35, e nós vendemos por R$ 23, assim como o beijupirá. Então os preços estão, de fato, mais baixos", diz.
O que pode gerar a crítica, segundo ele, é quando o consumidor compara o preço do pescado com o de alguns supermercados. "Tem consumidor que fala que viu mais barato no mercado. Mas são produtos diferentes. Temos que levar em conta a qualidade do pescado, que no nosso evento são ultrafrescos, diferente do mercado, que vende congelado. Aqui, o peixe sai do barco, passa por um tratamento e já está disponível", completa.
Além disso, Eduardo ressalta que, durante o período que antecede a Semana Santa, a busca pelos produtos cresce 30%, o que provoca um encarecimento de modo geral. “É a lei da oferta e da procura. Mas, com a feira, as pessoas têm a chance de economizar, enquanto os pescadores vendem em grande quantidade".
A justificativa, segundo o gastrônomo e chef Jair Almeida, faz sentido. Ele, que trabalha com o alimento, garante que, na hora de comprar, o melhor é optar sempre pelos produtos frescos. "É sempre melhor o peixe fresco, porque o sabor e a textura do alimento modificam com o processo normal de congelamento. O alimento fresco tem mais sabor. O que encarece são os custos de levar esse peixe até você, porque é mais fácil e barato armazenar e transportar um congelado do que um produto fresco", explica.
Do ponto de vista nutricional, tanto faz comer o peixe fresco ou congelado, segundo a nutricionista e chef Louise Tiúba. No entanto, é importante ter cuidados. "O fato do produto ser congelado não faz com que ele perca nutrientes. O que provoca isso é ficar lavando a proteína, seja frango ou peixe. O que muda na escolha entre congelado e fresco é sabor e textura, que podem ser comprometidos no congelamento. De qualquer forma, quem optar pelo congelado, precisa ter cuidados. É importante que o produto tenha um bom congelamento, de preferência à vácuo, porque quando há um congelamento mal feito e com acúmulo de água prejudica a parte nutricional", acrescenta.
Camarão
Seja para moqueca, ensopado ou escondidinho, o queridinho de muitos baianos é o camarão. Como o crustáceo é muito procurado, o presidente da Bahia Pesca ressaltou que escolheu um dia exclusivo para a venda do produto, que será nesta quarta-feira (16).
“A gente separou a venda, porque o crustáceo é um dos mais procurados neste período. Cada pessoa só poderá comprar até quatro quilos do produto”, disse Eduardo Rodrigues.
O quilo do camarão sete ou oito gramas vai ser vendido a R$ 15, quando habitualmente sai por R$ 18, enquanto os de 11 ou 12 gramas vão custar R$ 20 - cerca de R% mais barato que o normal. A expectativa dos organizadores é receber cerca de mil pessoas e vender, nos dois dias de evento, 10 toneladas de alimentos.
Nesta edição, para que a compra seja feita de forma ordenada, os consumidores recebem uma senha e o atendimento é feito em grupos de dez. (As informações do Correio)
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