Para muita gente que curte futebol desde os primórdios da Copa do Mundo, falar em Seleção Brasileira é falar, principalmente, de três personagens: o centroavante artilheiro, o atacante de beirada ‘rápido e buliçoso’ e aquele camisa 10, cheio de categoria e que organiza o meio-campo da equipe.
Enquanto isso, para os mais clássicos, uma forte seleção europeia de destaque teria, por sua vez, muita organização e criatividade tática – Alemanha e Holanda são bons exemplos disso – ou solidez defensiva, como a da Itália, que, pela personalidade dos sul-americanos, seria difícil de repetir.
Eis que a Copa de 2018 inverte completamente essa lógica para nos mostrar que o futebol é mesmo esse esporte que muda, pelo menos, de quatro em quatro anos. E um duelo das quartas de final exemplifica demais isso: justamente o da nossa seleção contra a Bélgica. A partida será na sexta-feira (6), às 15h, em Kazan.
Os personagens ofensivos brasileiros continuam muito bem, obrigado, e inclusive já fizeram sete gols neste Mundial. Mas o destaque da equipe de Tite tem sido mesmo a solidez dos homens de marcação. O Brasil chega às quartas como uma das melhores defesas da competição, com apenas um gol sofrido. Foi justamente na estreia da Seleção, no 1x1 com a Suíça, marcado por Zuber.
A outra equipe que chega quase imbatível na sua defesa, quem diria, também é sul-americana. Trata-se do Uruguai, que sofreu apenas um gol em todo o Mundial. Diferentemente do Brasil, porém, o tento saiu na vitória por 2x1 sobre Portugal, já pelas oitavas de final.
Do outro lado do campo de Kazan estará o ataque mais produtivo da Copa até o momento. A Bélgica marcou nada menos do que 12 gols em quatro jogos – média, portanto, de três gols por duelo. Diante do Japão, pelas oitavas, a equipe alcançou justamente esse número: 3x2, de virada.
Na frente, os belgas têm lá seus três personagens à moda brasileira. O centroavante matador é Lukaku, autor de quatro gols no Mundial. O atacante de beirada habilidoso é Hazard, que marcou dois gols e deu passes para outros dois. Já o meia organizador é De Bruyne, camisa 7, que puxou o belo contra-ataque para o terceiro gol sobre o Japão.
Sólido
A solidez defensiva é uma marca do trabalho de Tite. Ao longo dos seus 25 jogos sob o seu comando, a Seleção sofreu apenas seis gols. “O número (de poucos gols sofridos) é bom. Para nós, defensores, é muito gratificante sair de cada jogo sem sofrer gols”, disse o zagueiro Thiago Silva.
O único gol sofrido em todo o Mundial não é suficiente para exemplificar a robustez da zaga brasileira. Nos quatro jogos até aqui, a bola só foi na direção do gol de Alisson quatro vezes. Isso é, o camisa 1 só precisou defendê-la uma vez por partida na Copa. E pegou três.
Contra o México, a posse de bola do adversário pode ter passado a impressão de ‘sufoco’. Mas a verdade é que oito chutes deles foram bloqueados pela zaga brasileira e o goleiro brasileiro, no fim, acabou tendo pouco trabalho.
Thiago destacou a contribuição de todos: “É o trabalho que vem sendo feito no dia a dia que está sendo importante. Mas acredito que não seja só o setor defensivo. Os nossos jogadores do ataque também têm tido grande parcela de compreensão (de ajudar na marcação). Eu cito Jesus, Neymar, Coutinho, que têm corrido 11 quilômetros por jogo. Isso mostra o comprometimento de todos”. (As informações do Correio)
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