De volta à Câmara dos Deputados por conta de uma liminar do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Roberto Barroso, o deputado João Rodrigues (PSD-SC) teve seu retorno questionado na quinta-feira,28, pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge.
A procuradora quer que o ministro reconsidere sua decisão em dois pontos: quando ao pedido de transferência para unidade prisional em que possa cumprir o regime semiaberto da pena e quanto ao retorno aos trabalhos no parlamento. O deputado tem autorização para comparecer durante o dia no Congresso, não pode se deslocar a mais de 100 metros de distância da Câmara e tem a presença acompanhada pelo sistema prisional, uma ausência injustificada por implicar em isolamento e perda temporária do benefício de saída para o trabalho.
O parlamentar voltou a comparecer nas sessões no dia 13 de junho e, desde então, participou de todas reuniões no Plenário da Câmara dos Deputados, sem se expressar na tribuna. Mesmo em uma situação delicada, é membro integrante de duas Comissões. Neste mês, ele foi bastante econômico, gastou R$ 373,25 de cota parlamentar, metade para combustível e metade para manutenção de seu gabinete.
João Rodrigues ainda responde a processo no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, onde pode ter o parecer apresentado já na próxima semana. Em depoimento no colegiado no último dia 20, disse estar sendo injustiçado e pediu que o Supremo julgue definitivamente seu caso. O deputado está detido desde fevereiro, depois de ter sido condenado a cinco anos e três meses de reclusão em regime semiaberto pelo Tribunal Regional Federal (TRF4) por suposto crime de fraude e dispensa irregular de licitação para a compra de uma retroescavadeira, em 1999, quando Rodrigues era vice-prefeito de Pinhalzinho (SC) e assumiu a prefeitura interinamente por 30 dias. O prefeito da época, Darci Fiorini, foi ouvido pelo Conselho e disse que ocorreram erros formais no processo licitatório e que não teriam sido culpa de Rodrigues.
Em entrevista coletiva depois que retornou à Câmara, João Rodrigues falou por mais de 40 minutos e lamentou estar recebendo tratamento de corruptos que desviam milhões. Ele chegou a dividir cela com o ex-ministro Luiz Estevão, na Papupa, em Brasília. (As informações do A Tarde)
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