Autodeclarado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó afirmou nesta sexta-feira (22) que duas pessoas morreram e 12 ficaram feridas na fronteira entre o Brasil e a Venezuela por conta de confrontos com forças de segurança do ditador Nicolás Maduro. Por ordem de Maduro, a fronteira foi fechada na noite de ontem, com reforço militar na região de Santa Elena de Uairén, do lado venezuelano.
O prefeito de Gran Sabana, Emilio Gonzáles, e o deputado Angel Medina, ambos na oposiçãoa Maduro, também confirmaram a morte. A vítima foi identificada como Zoraida Rodriguez, parte da comunidade indígena Kumaracapay. A agência France Presse e o site venezuelano Efecto Cucuyo informaram depois que o marido de Zoraima, Rolando García, também morreu, de acordo com a organização de direitos humanos Kapé Kapé. Guaidó afirmou que soldados atiraram contra indígenas que protestavam na região de um posto de controle, pedindo que o governo liberasse a entrada da ajuda humanitária.
O prefeito disse à agência de notícias Associated Press que os soldados usaram balas de borracha e gás lacrimogênio para dispersar o protesto. Os doze feridos foram atendidos na cidade venezuelana.
O Brasil começou esta semana a organizar o envio de ajuda humanitária para a Venezuela, o que motivou a ordem para fechar a fronteira. Maduro acredita que, com ajuda dos EUA, os países querem interferir externamente na política da Venezuela.
Mesmo com a ordem de Maduro, o Brasil manteve que vai entregar alimentos e medicamentos. O avião com mantimentos já está em Roraima. O avião da Força Aérea Brasileira (FAB) foi carregado com quase 23 toneladas de leite em pó e 500 kits de primeiros socorros e medicamentos. Uma operação neste sábado, coordenada pelos EUA, deve tentar fazer a entrega. O plano é que caminhões e motoristas venezuelanos venham até o Brasil buscar as doações, com nenhum brasileiro atravessando a fronteira para o país vizinho.
Guaidó fez um apelo aos militares venezuelanos, pedindo que eles escolham "como querem ser lembrados". "Já sabemos que vocês estão com o povo, vocês nos deixaram isso bem claro. Amanhã poderão demonstrar isso", disse. (As informações do Correio)
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