Em reunião do Conselho Deliberativo, Diretoria Executiva e Conselho Fiscal, nesta quarta (28), na Arena Fonte Nova, o Bahia decidiu que se manterá no Campeonato Baiano. Em nota oficial, o clube questionou o julgamento do Ba-Vi, ocorrido terça no TJD, e a credibilidade do estadual. “A falta de compromisso com a verdade real e a desconexão absoluta com a dimensão dos fatos permitiram que um abandono de campo por um clube de Série A do futebol brasileiro permanecesse impune”, diz um trecho da nota.
A reunião foi convocada à pressas, na terça (27), logo após o fim do julgamento do Ba-Vi, em que o clube acredita que houve uma punição branda para o rival Vitória pelo fim precoce do clássico, após cinco expulsões do rubro-negro. O Leão foi punido com uma multa de R$ 100 mil. Havia a possibilidade do clube decidir por não atuar mais no estadual ou jogar com uma equipe formada por jovens jogadores da base.
Além de criticar a decisão do tribunal e a credibilidade do estadual, o clube também citou o episódio do Baiano de 1999, em que o Bahia 'foi aos tribunais' para não atuar no Barradão, na segunda decisão do certame, mesmo após ter vencido a ida por 2x0. A Justiça concedeu liminar descartando o estádio rubro-negro, por questões de segurança, para a finalíssima e mandando a partida para a Fonte Nova. O Esquadrão acabou indo para lá, enquanto o Leão foi para o Barradão. Anos depois, o título acabou dividido.
Confira a nota do clube:
"O Esporte Clube Bahia vem a público manifestar-se sobre as recentes decisões do Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol da Bahia:
1 – O julgamento realizado na noite desta terça-feira (27) é um símbolo do que vivemos no futebol baiano nos últimos anos e um indicativo claro do que podemos esperar do seu futuro. A falta de compromisso com a verdade real e a desconexão absoluta com a dimensão dos fatos permitiram que um abandono de campo por um clube de Série A do futebol brasileiro permanecesse impune. Ou seja, a depender das circunstâncias, vale a pena abandonar o campo. É só negar repetidamente, inclusive em rede nacional de televisão. Risos, resenhas, pulso cerrado para a torcida, e quem sabe – lá distante – um incômodo no travesseiro.
2 – Há quase vinte anos, em 1999, o Bahia utilizou estratégia equivalente, esquivando-se da disputa em campo e deslocando a luta para os tribunais. Foi uma mancha em nossa história. Depois disso vimos outros desmandos, dentro e fora do clube. Lutamos contra isso, nos democratizamos, amadurecemos. Uma atitude semelhante a essa, em pleno ano de 2018, seria provavelmente motivo de crise institucional, e não de orgulho dos dirigentes ou da torcida. Que esse jogo sirva ao menos para amadurecimentos institucionais.
3 – Seguiremos firmes e de pé no Campeonato Baiano. Isso não significa que ele tenha credibilidade. Significa que acreditamos em nosso clube e que temos respeito por nossa torcida, nossos patrocinadores e pela Bahia. Significa que temos serenidade para tomar as decisões mais difíceis, inclusive essa de seguir em campo. Em campo conquistamos as nossas grandes glórias, inclusive os dois títulos nacionais.
4 – Sobre o futuro do futebol baiano, esperamos uma transformação equivalente àquela que o Esporte Clube Bahia passou nos últimos quatro anos. Uma transformação trabalhosa, conflituosa, capaz de romper modelos e paradigmas. Mas uma transformação pela sobrevivência. Faremos a nossa parte, e não faremos pouco.
5 – Quanto aos tribunais, e especificamente ao Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol da Bahia, cada decisão terá impacto no futuro das próximas edições do campeonato e do próprio futebol baiano. Mais que interpretar e aplicar bem as normas, precisam ser a expressão de avanços éticos e sociais. Muitas escolhas do Esporte Clube Bahia e de outros clubes certamente estarão relacionadas às escolhas dos próprios tribunais. Que aproveitem bem as oportunidades que ainda restam para mostrar que a Bahia não está mais no século passado.
Quem nasceu para vencer não fugirá jamais.
Diretoria Executiva, Conselho Deliberativo, Conselho Fiscal" (As informações do Correio)
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