domingo, 21 de janeiro de 2018

CARNAVAL GERA 250 MIL TRABALHOS TEMPORÁRIOS

O Carnaval só começa no próximo mês, mas nos bastidores da festa já há muito trabalho a se fazer. Há milhares de vagas temporárias sendo geradas para o período em camarotes, blocos, hotéis, restaurantes e centrais de vendas. A Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult) estima que 250 mil empregos serão gerados durante o Carnaval deste ano, e a renda extra através do emprego temporário deve passar dos R$ 150 milhões.

Entre as profissões procuradas, estão guias turísticos, maquiadores, costureiros, massagistas, mâitres, barmans, garçons, recepcionistas, pintores, montadores de estruturas, técnicos de som, seguranças, cordeiros, músicos, iluminadores, motoristas, auxiliares de cozinha, faxineiros, entre outros.

Uma parte dessas oportunidades está na área de comidas e bebidas. A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) espera que sejam contratados 4 mil trabalhadores para o setor durante a festa. Cerca de 90% destas vagas estão concentradas em camarotes, carros de apoio de blocos e outras atrações da folia, enquanto os 10% restantes estarão localizados em bares, boates e restaurantes localizados próximos aos circuitos carnavalescos.

Segundo o diretor executivo da Abrasel na Bahia, Luiz Henrique Amaral, a maior parte das vagas está nas atrações da própria festa, como camarotes e blocos, que concentram a maior parte consumo. Para quem está procurando emprego na área, agilidade no serviço é indispensável tanto para quem vai ficar no atendimento quanto na cozinha.

“O funcionário vai ter que lidar com grandes demandas e horários de trabalho puxados, entrando à tarde e saindo de madrugada”, conta. Além da disponibilidade de horários, morar próximo ao possível local de trabalho é um fator levado em consideração, já que a mobilidade nas áreas de festa fica comprometida.

Já em bares e restaurantes próximos à folia, vão haver menos vagas, mas os estabelecimentos devem crescer entre 10% e 15% em movimento. “Esses estabelecimentos crescem respeitando os limites da festa. Normalmente, a demanda maior de serviço é no horário de almoço, antes da festa”, explica.

Otimismo em alta
No setor de hotelaria também há oportunidades. A Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH) e o Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Salvador e do Litoral Norte (SHRBS) não têm dados sobre as vagas abertas para o Carnaval, mas o vice presidente do sindicato, Sílvio Pessoa Júnior, está otimista: “Tivemos o melhor janeiro dos últimos cinco anos no setor hoteleiro, e em fevereiro devemos pelo menos repetir os números dos anos anteriores”.

Nos camarotes, as contratações começaram cedo, ainda no final do ano passado. O vice-presidente da Associação Baiana de Camarotes (ABC) e diretor do camarote Planeta Band Othon, Clínio Bastos, conta que a contratação é feita por empresas terceirizadas, e não se sabe quantas vagas já foram ocupadas.

“Cada um dos oito camarotes da associação gera cerca de 1.500 empregos por ano, entre pré-produção e operação”, conta Clínio. Serviços gerais de limpeza, segurança, e operação de alimentos e bebidas são as áreas de maior demanda.

Já na área de vendas de abadás e camarotes, as contratações ainda estão em curso. “Começamos o recrutamento em dezembro, e no momento estamos com 20 a 30 pessoas a mais, além dos cerca de 70 fixos. Pretendemos chegar à semana do Carnaval com cerca de 400 pessoas trabalhando”, conta Joaquim Nery, sócio da Central do Carnaval, que intermedia as vendas de 16 blocos e oito camarotes.

O estudante de engenharia civil Iago Borba está trabalhando na Central do Carnaval como temporário pelo sexto ano seguido, e conta que o trabalho durante o Carnaval é uma boa forma de aproveitar as férias. “Vou para meu estágio em engenharia de manhã e venho para cá à tarde, ganho uma boa renda extra”, diz.

Após seu primeiro trabalho temporário para a empresa, ele tem sido chamado todos os anos, e passou da área de entregas para o atendimento. Iago acredita que seu conhecimento em inglês fez a diferença na contratação. “Geralmente quando chega algum cliente que fala outra língua sou eu que atendo”, conta o estudante.

A jornalista e blogueira Juliana Grave se tornou funcionária temporária por acaso. Ela foi chamada para cobrir uma pessoa que não poderia assumir a função, e ganhou o lugar de atendente no camarote Planeta Othon no ano passado. Já em seu segundo ano, ela se contagiou pelo “clima divertido” no local.

“A energia toma conta da gente. É gostoso sentir que fiz parte da preparação do maior Carnaval do mundo, estar por trás da festa”, diz a temporária. Fora do mercado, a jornalista conta que o dinheiro extra é bem vindo para quem, como ela, está sem perspectiva. “A depender da empresa, dá para ganhar em uma semana o que ralaria o mês todo para conseguir em outra época do ano”, conta Juliana. (As informações do A Tarde)

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