sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

ASPIRANTES A REI MOMO ENTRAM COM AÇÃO NO MP-BA POR REALIZAÇÃO DE CONCURSO

Enquanto a maioria dos foliões de Carnaval foi para a academia perder os quilinhos indesejados no ano passado, o gastrônomo José Maria, 47 anos, fez justamente o contrário: preferiu ficar mais pesado. O objetivo? Ser o Rei Momo da maior festa de rua do mundo. Na tarde de terça-feira (25), conforme antecipou o CORREIO, ele descobriu que não poderia nem ter a chance de concorrer ao trono. Isso porque, a Federação das Entidades Carnavalescas e Culturais optou por não realizar um novo concurso, rempossando o vencedor de 2017, o publicitário Alan Nery, 30.

“Eu nem emagreci, só para participar da eleição”, conta. Pela segunda vez, José disse que se preparou o ano todo para a festa. Ele pensou na roupa, trabalhou o carisma e até pediu apoio das pessoas. "Estou me sentindo frustrado, porque as pessoas acreditavam que eu ia participar e agora acontece isso", desabafa.

A insatisfação é tanta que José se juntou com mais seis aspirantes ao trono para abrir uma ação no Ministério Público Estadual (MP-BA), com o objetivo de pedir a anulação da decisão tomada pela entidade carnavalesca. Eles prometem voltar à sede do órgão, no Nazaré, na manhã desta sexta.

O supervisor Dino Rosa, 33, levou o segundo lugar em 2017. Morador do bairro de São Caetano, ele estava com esperança de levar a coroa pra casa esse ano. “Mesmo tendo perdido, eu ia tentar novamente. Sou alegre, sorridente e, por isso, acho que o Rei Momo representa quem eu sou. Acho que essa eleição tem que ser democrática, porque ainda temos tempo para realizar o concurso. Fazer o quê se, em Salvador, a gente deixa tudo para última hora?”, argumenta

O Rei Momo é um personagem antigo no Carnaval. Na capital baiana, é ele que recebe a chave da cidade para abrir a festa. O candidato que ganha o concurso, segundo José, leva R$ 10 mil para casa.

Rei Momo pronto pro combate
O Rei Momo de 2018 disse que entende o posicionamento dos candidatos, mas que não pode "fazer nada". "Se abrir novamente, a gente pode competir. Isso não foi uma decisão minha e eu só fiz aceitar", afirma.

Em nota, a federação creditou o cancelamento do concurso este ano à data do Carnaval. “A Federação esclarece que, pelas circunstâncias atuais, ficou inviável a realização do concurso, motivada pelo fator tempo, uma vez que os eventos de final de ano com a proximidade do Carnaval foram fatores determinantes para a não realização do evento”, declarou Jairo Mata, presidente da entidade.

Ele ainda diz que lamenta que o concurso não aconteça esse ano, mas comenta que está pronto para qualquer processo. "Estou preparado para responder judicialmente", avisa. (As informações do Correio)

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