O total de recursos da Vale bloqueados pela Justiça chegou neste domingo, 27, a R$ 11 bilhões. Uma nova decisão judicial bloqueou R$ 5 bilhões, a pedido do Ministério Público de Minas Gerais, para a garantir a reparação de danos a vítimas e parentes do desastre ocorrido em Brumadinho. O valor ainda pode subir. No domingo, o Ministério Público do Trabalho de Minas solicitou bloqueio de mais R$ 1,6 bilhão, com objetivo de assegurar indenizações, e o prefeito da cidade, Avimar de Melo Barcelos (PV), informou que multará a mineradora em R$ 100 milhões.
Segundo Glauco Legat, da consultoria Necton, a Vale encerrou o terceiro trimestre do ano passado com cerca de US$ 6,1 bilhões em caixa. Os recursos de R$ 11 bilhões representariam 48% do caixa. "A empresa pode arcar com o valor, mas não deixa de ser uma soma elevada. O mais provável é que a Vale tente substituir esse congelamento por outro tipo de garantia, como fianças bancárias", avalia Legat.
Os próximos pregões da Bolsa devem ser turbulentos para a Vale, que já viu seus papéis no exterior derreterem após o rompimento da barragem. Como a Bolsa brasileira não operou no último dia 25, as ações da empresa só começarão a refletir o impacto do desastre nesta segunda-feira, 28.
Na sexta-feira, dia 25, os ADRs (como são chamados os recibos de papéis de ações) da Vale negociados em Nova York fecharam em queda de mais de 8%. A expectativa é de que as ações na Bolsa brasileira tenham um desempenho parecido nesta segunda. "A queda lá fora foi grande, mas ainda não se tinha a dimensão da tragédia. O mercado deve punir a Vale", diz Fabio Silveira, da Macrosector.
O presidente da Vale, Fabio Schvartsman, afirmou à GlobNews que é preciso "ir além e acima" em ações de segurança. "Vamos criar um colchão de segurança bastante superior ao que a gente tem hoje para garantir que nunca mais aconteça um negócio desse."
A agência de classificação de risco S&P anunciou que poderá rebaixar a nota da Vale, que é BBB-. (As informações são do jornal O Estado de S. Paulo)
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