De longe eles chamam a atenção ao formar círculos no meio da paisagem. De perto, os equipamentos parecem robôs gigantes. A altura pode chegar a 4 metros, e as hastes são tão longas que ele podem irrigar uma área de até 530 hectares. Eles se movimentam em circunferência, e transportam água até cada plantinha da lavoura.
O cenário é comum no Oeste da Bahia, polo agrícola que tem a maior cobertura de pivôs centrais do país. Nesta área do estado, os equipamentos de irrigação ocupam 147.087 mil hectares, cerca de 2,5% da área total destinada a agricultura na região.
Os dados fazem parte da segunda edição do Levantamento da agricultura irrigada por pivôs centrais, realizado pela Agência Nacional de Águas (ANA) e pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). A análise inclui o período entre 1985 e 2017.
Ainda de acordo com a pesquisa, feita a partir de imagens de satélite, os pivôs já ocupam mais de 1,47 milhão de hectares no Brasil. A área coberta pelos equipamentos é três vezes maior do que a ocupada em 2000, e chega a ser 47 vezes maior do que a registrada em 1985. Os mapas indicam também que o grande polo nacional de pivôs se concentra principalmente entre os estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul e São Paulo.
O levantamento mostra que o polo agrícola de Mucugê e Ibicoara, na Chapada Diamantina, é o que tem a maior densidade de pivôs centrais do país. Seriam 435 equipamentos na região, espalhados por cerca de 30 mil hectares, o equivalente a 30 mil campos de futebol, representando 20,7% da área total do polo.
Os dois polos da Bahia, junto com outros 15 polos agrícolas do país, concentram 59% da área irrigada do Brasil. No topo estão muncípios de Minas Gerais e Goiás, mas sete municípios baianos aparecem entre os vinte com área equipada por pivôs centrais acima de cinco mil hectares. São eles Barreiras, São Desidério, Mucugê, Jaborandi, Luis Eduardo Magalhães, Riachão das Neves e Cocos.
Os resultados do uso dos pivôs se refletem na produtividade. Apenas 7% das plantações do Oeste são irrigadas, mas elas geram cerca de 35% do Produto Interno Bruto da região.
“É uma necessidade. Mas a grande maioria dos produtores rurais, mais de 90%, usa um sistema eficiente de distribuição de água. Junto com os pivôs, utilizamos sensores que medem a umidade do solo, e mostram se é preciso irrigar”, afirma Cisino Lopes, Diretor de Águas e Irrigação da Associação de Agricultores do Oeste da Bahia (Aiba).
A região deve, inclusive, ampliar o uso da irrigação. “Um estudo esta sendo realizado por especialistas da Universidade de Viçosa, para avaliar as águas subterrâneas do aquífero Urucuia. Só depois, em cima dos estudos, poderemos saber com exatidão o quanto pode ser ampliado”, completa. (As informações do Correio)
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