O Senado decidiu nesta terça (9) declarar luto oficial pela morte do criador da bossa nova, João Gilberto. Na véspera, o porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, informou que o presidente Jair Bolsonaro não tomaria a iniciativa, o que gerou críticas e a reação dos senadores.
A polêmica envolvendo a morte de João Gilberto começou ainda no sábado (6), dia da morte do artista. Instado pela Folha de S.Paulo a comentar o falecimento, na porta do Palácio da Alvorada, Bolsonaro limitou-se a dizer que "[era] uma pessoa conhecida. Nossos sentimentos à família, tá ok?".
O porta-voz da Presidência disse na segunda (8) que presidente reconhece a importância do artista. "Ele tornou a bossa nova um estilo de música conhecido internacionalmente. O presidente se solidariza com a família e os amigos neste momento de dor. O presidente não pretende declarar luto oficial pelo fato da perda, do passamento, do nosso estimado João Gilberto", afirmou.
Nesta terça-feira (9), o Congresso reagiu. "O senhor presidente da República não decretou luto oficial do Brasil. Aliás, a única manifestação do senhor presidente da República foi que era uma pessoa conhecida, mostrando o despreparo, que é característico do Presidente da República", disse o líder da Minoria, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
Randolfe citou a Lei dos Símbolos Nacionais que estabelece a possibilidade de o presidente da República fazer a decretação de luto oficial em todo o país e alegou que João Gilberto, "por tudo que ele representa", merecia a honraria.
O senador pediu que o presidente do Senado, que também é presidente do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre (DEM-AP), hasteasse a bandeira no Legislativo a meio pau nos próximos três dias. "[É] para homenagear aquele que, lamentavelmente, não foi homenageado pelo chefe de governo e chefe de Estado da nossa nação."Davi concordou, mas não quis decidir monocraticamente, realizando votação simbólica. "Aprovado por unanimidade. Fica decretado luto oficial no Congresso Nacional por três dias."
O cantor foi enterrado às 16h10 de segunda-feira, ao lado de sua irmã Walcy Oliveira Amorim (1918-2012), no cemitério Parque da Colina, em Niterói, a 30 quilômetros do centro do Rio de Janeiro. João havia completado 88 anos no início do mês de junho, quando apareceu em uma rara fotografia publicada por sua nora, mulher de João Marcelo, nas redes sociais. Ele não dava entrevistas e não recebia ninguém em casa, a não ser familiares. (As informações da Folhapress)
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