sábado, 1 de julho de 2017

OBSTRUÇÃO NO TRÂNSITO E ATO POLÍTICO MARCAM PROTESTOS EM SALVADOR

A segunda Greve Geral convocada pelas centrais sindicais contra as reformas trabalhistas e da previdência, defendidas pelo governo do presidente Michel Temer, foi marcada por manifestações realizadas no Iguatemi e do Campo Grande, nesta sexta-feira, 30, em Salvador (confira abaixo como foi o dia de protestos na capital e no interior).

A mobilização teve início às 6h, e foi encerrada por volta das 19h, em uma caminhada que partiu da praça Dois de Julho, no Campo Grande, e seguiu até a praça Municipal. Segundo organizadores, o movimento reuniu 40 mil pessoas. Com faixas e cartazes, representantes da sociedade civil e de diversas entidades sindicais – petroleiros, bancários, rodoviários, dentre outras – pediam, ainda, por eleições diretas.

Os manifestantes utilizaram, durante o ato, trio elétrico e carro de som. O protesto que, segundo a Polícia Militar, transcorreu de forma pacífica, foi encerrado na praça Municipal com discurso de líderes sindicais. Presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB), Rui Oliveira disse que a greve é uma construção coletiva que busca a união d e toda a classe trabalhadora.

“Só dessa forma iremos derrotar esse atual governo e garantir o que estão nos retirando e é nosso por direito. É importante a participação de todos os setores organizados da sociedade para esclarecer os malefícios da reforma trabalhista e da previdência”, disse.

Bloqueio
Antes da manifestação do Campo Grande, representantes de movimentos sociais e trabalhadores bloquearam o trânsito na região do Shopping da Bahia (antigo Iguatemi). A paralisação começou às 6h, no entanto, a fila de ônibus parados se avolumou por volta das 7h30, o que travou completamente a passagem de veículos.

A chuva que caiu no começo do movimento pôs em fuga as pessoas que se dirigiam ao trabalho ou observavam a movimentação do Iguatemi, no início da manhã. O aguaceiro juntou os participantes do movimento, que usaram as faixas de protestos como abrigo. De braços cruzados e corpo encolhido, eles só se soltaram quando percussionistas que acompanham os protestos chegaram, às 9h, cantando paródias cujas letras desdenhavam de políticos envolvidos em escândalos de corrupção.

Impedidas de seguir para o trabalho, algumas pessoas recorreram à tecnologia e às redes sociais para justificar o motivo do atraso, como a a técnica de enfermagem Aléssia Souza, que ia cuidar de um paciente. Após gravar, com o celular, vídeos e fotos, mandou para a enfermeira que a aguardava para deixar o plantão. “O ônibus que eu vinha parou às 6h10 perto do shopping. Aí, gravei o que estava acontecendo e enviei para a colega”, afirmou.

Ao lado dela, a vendedora de uma farmácia na Ribeira, Elisângela Santos, usou o mesmo recurso. “Eu gravei áudios dos discursos dos sindicalistas e postei no grupo de trabalho. O chefe viu e pediu para eu aguardar”, contou. As duas profissionais tinham esperança de que até as 10h o trânsito fosse liberado, porém os líderes do movimento só encerraram o protesto por volta do meio-dia.

De acordo com o diretor de comunicação do Sindicato dos Rodoviários, Daniel Mota, apesar de não paralisarem as atividades, os motoristas se solidarizaram com os manifestantes que estavam nas ruas. “Todos os 2.500 ônibus estão nas ruas. Nesse trecho paramos em solidariedade aos direitos do trabalhador”, disse.

Mais protestos
Conforme o diretor da Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB-BA), Aurino Pedreira, as centrais sindicais pretendem organizar movimentos sempre que o governo votar reformas que “retirem os direitos dos trabalhadores”.

“Está previsto para a semana que vem colocarem a votação da reforma trabalhista no pleno do Senado. Nós vamos, seguramente, até Brasília fazer a pressão necessária pela não aprovação desta medida. Devemos ter manifestação em todos os estados”, antecipou o diretor da entidade.

Ele acrescentou que as ações em defesa dos direitos dos trabalhadores se estenderão ao desfile do 2 de Julho. O alvo dos protestos continuará sendo políticos favoráveis às duas reformas. (As informações do A Tarde)

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