Formado em economia e administração, o administrador judicial Paulo Sérgio Neves Cruz, nomeado pela juíza de primeira instância Lizianni de Cerqueira Monteiro para atuar no caso do Hospital Espanhol, é ex-funcionário (e, portanto, credor trabalhista) da unidade de saúde. Lá, trabalhava no setor administrativo, de acordo com o advogado dele, Washington Pimentel.
Foi ele também que fez a perícia contábil e patrimonial que baseou a decisão na qual a magistrada declarou o estado de insolvência da Real Sociedade Espanhola. Questionado sobre o assunto, o advogado Washington Pimentel avaliou que o fato de Neves Cruz ser ex-funcionário do Espanhol não cria impedimento para a atuação no caso como perito ou administrador.
De acordo com Pimentel, Neves já prestava os serviços à Justiça antes de o processo da unidade hospitalar chegar à 8ª Vara Cível e Comercial e, por isso, “não existe conflito de interesses”. “O que tem de mais recente na jurisprudência é a nomeação de peritos que prestam serviços para a administração judicial”, afirmou o advogado, que também prestou serviços à Real Sociedade Espanhola nos últimos três anos.
Renúncia
Apesar de não enxergar problema no caso, Paulo Sérgio Nunes Cruz renunciou, após a nomeação do nome dele para o cargo, aos direitos trabalhistas que adquiriu, enquanto ex-funcionário do Hospital Espanhol, em conciliação feita pela Justiça do Trabalho.
Em documento emitido no dia 3 de outubro, sete dias após a declaração de insolvência pela Justiça comum, o economista expõe a decisão, tomada, segundo o texto, para “evitar qualquer conflito de interesses”.
Com isso, afirma o advogado Washington Pimentel, Nunes ficou livre para exercer a administração judicial. Por causa da função, ele receberá até 5% do que for arrecadado com os bens ativos da unidade hospitalar. (As informações do A Tarde)
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