Em busca de uma vaga no mercado de trabalho, a jovem Luzia de Oliveira Damascena, 21 anos, foi nessa quinta-feira (16) cadastrar seu currículo no SineBahia de Vitória da Conquista, Sudoeste do estado. “Tenho um filho de um 1 ano e o pai do menino foi preso por tráfico de drogas há dois meses, então tenho de correr atrás”, disse.
Com apenas o ensino fundamental completo, a jovem que tem experiência como garçonete de bar e atendente em padaria faz parte dos 1,168 milhão de pessoas desocupadas no segundo trimestre de 2018, na Bahia, segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada nesta quinta-feira (16).
A pesquisa aponta que os setores da Bahia que mais desempregaram no segundo trimestre foram o de alojamento e alimentação, com menos 49 mil postos de trabalho, e o do comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas, onde 43 mil pessoas perderam o emprego.
“Esses dados trazem a situação do comércio, sobretudo o varejista, que passa por momentos de sobrevivência, como a época do Dia dos Pais, que teve crescimento de 1,5%”, disse o presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio do Estado da Bahia (Sindilojas) Paulo Motta.
“É melhor que ter crescimento negativo? É, mas não significa nada do ponto de vista da geração de empregos, não abre lojas, continuamos patinando em cima das dificuldades que atravessa o país”, completou. "Imaginamos que agora para o final do ano dê uma melhorada, e que as definições políticas possa nos trazer esperanças”.
O presidente do Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos no Estado da Bahia (Sincodiv) Raimundo Valeriano não foi localizado pelo CORREIO para comentar as demissões no setor de reparação de veículos automotores e motocicletas. Já no setor de alojamentos e alimentação, as demissões são um mistério.
“Não temos o controle de admissões e demissões, isso no setor é algo muito rotativo”, declarou o superintendente do Sindicato dos Hotéis, Restaurantes Bares e Similares de Salvador e Litoral Norte Gilberto Marquezine, segundo o qual o setor passa por um momento de ajustes, devido ao cenário político-econômico.
“Estamos mais preocupados com qualidade, e nesse quesito posso afirmar que temos melhorado muito no sentido de oferecer bons serviços aos clientes, tanto que temos visto a melhoria nas ocupações. Estamos trabalhando melhor com menos pessoas, fazendo as adequações necessárias”, completou Marquezine.
O Sindicato dos Empregados em Hotéis, Bares e Similares reclamou que não tem sido procurado para homologar as demissões. “Não temos conhecimento dessa situação, sabemos que há demissões, mas não nessa quantidade toda. Talvez esses números sejam de trabalhos temporários”, declarou o tesoureiro geral José Ramos.
O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH) na Bahia Glicério Lemos informou que estava em reunião e não poderia comentar o assunto.
Terra dos desalentados
Outro fato constatado pelo IBGE no setor de empregos da Bahia é que o estado tem o aumento mais expressivo registrado na população fora da força de trabalho (desalentada): são 5,280 milhões de pessoas que não estão trabalhando e nem buscam emprego, um aumento tanto em relação ao 1º trimestre de 2018 (+132 mil pessoas ou +2,6%) quanto ao 2º trimestre de 2017 (+279 mil pessoas ou +5,6%). (As informações do Correio)
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