sábado, 21 de abril de 2018

CÂMARA DEBATE CRISE NO SISTEMA DE ÔNIBUS

Em meio do processo movido pelas concessionárias do sistema de transporte público de Salvador para devolver o serviço a prefeitura e reivindicações salariais para a categoria dos rodoviários, a Comissão de Transporte, Trânsito e Serviços Municipais da Câmara promoveu, nesta sexta-feira, 20, na Casa, audiência pública para discutir e apresentar melhorias para a mobilidade urbana.

Capitaneada pelo vereador Hélio Ferreira (PCdoB), presidente da Comissão de Transportes e do Sindicato dos Rodoviários da Bahia, ele afirmou que esse tipo de atividade é importante para ouvir e entender as necessidades da população em relação ao transporte público.

“A participação de toda a população é fundamental para que a gente discuta o plano de mobilidade da cidade, pois aqui vamos poder verificar a realidade e o futuro do transporte em Salvador. Vamos acolher as reivindicações da população sobre os cortes e diminuição de linhas que acontecem nas comunidades”, garantiu o vereador.

Abordagens

Ainda segundo Hélio, as reivindicações da população são fundamentais para aplicar nas emendas da área de transporte para a Lei de Orgânica do Município (LOM). “Vamos discutir a mobilidade de Salvador como um todo, pois vamos colher as informações, reclamações e sugestões para aplicar nas emendas da nova Lei Orgânica do Município”, disse.

Em fevereiro deste ano, foi protocolado um pedido de ação na 4ª Vara da Fazenda Pública, onde os concessionários do serviço rodoviário municipal pedem a nulidade do contrato firmado, em outubro de 2014, com a prefeitura.

Na época, o Superintendente da Integra, Orlando Santos, afirmou que a ação era por conta de uma questão do equilíbrio no transporte de Salvador. “Essa ação é para buscar o equilíbrio e sustentabilidade do transporte, é algo muito importante para a sociedade de Salvador”, garantiu.

De acordo com os concessionários, houve uma redução da taxa de 25% do quantitativo de passageiros nos coletivos da cidade. Segundo balanços auditados pela empresa contratada Grant Thornton, diante de variadas razões e da queda do número de passageiros, as empresas chegaram ao final de 2017 com prejuízos que alcançam o montante de R$ 280 milhões.

De acordo com o projeto básico da licitação, a estimativa era de que as empresas teriam um volume médio mensal de passageiros pagantes (não considerando os usuários que possuem gratuidades parciais ou totais) transportados, correspondentes a 28.340.820. Porém, desde o início da operação, foi observada a média de 26,5 milhões.

Campanha

Segundo o vereador, é necessário que o problema seja analisado de forma mais profunda. “Essa é uma situação bastante complicada e perigosa, pois caso haja a devolução do serviço será um caos social. É necessário que a Prefeitura e a Câmara de Vereadores demonstrem mais atenção para essa situação”, afirmou o presidente do Sindicato dos Rodoviários.

Ele disse ainda que, por conta disso, vem sendo desenvolvido um estudo para saber qual é a verdadeira situação do transporte público de Salvador. Este último não teve as reivindicações atendidas nas últimas duas reuniões com o sindicato patronal, no entanto, o vereador afirmou que mesmo diante da crise econômica que afeta o sistema de transporte da cidade, é importante não misturar os assuntos.

“Apesar de entender que existe uma grave crise no sistema, é importante não misturar as situações, pois as reivindicações salariais é um direito do trabalhador e da categoria. Vamos lutar até o fim sobre isso”, garantiu o vereador. (As informações do A Tarde)

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