O corpo do ator e humorista Agildo Ribeiro será velado neste domingo (29) a partir das 10h, no cemitério Memorial do Carmo, no Caju (zona norte do Rio). Às 14h, será cremado, em cerimônia restrita à família.
O artista morreu neste sábado (28), aos 86 anos, por problemas cardíacos. Foi um dia de menos risos e muitas lembranças para os brasileiros, que se acostumaram, desde os anos 1960, com os vários personagens, bordões famosos e o rosto que se transformou em um dos ícones do humor no Brasil.
Quem não lembra do programa de auditório Mister Show (1969), em que Agildo contracenava com o ratinho Topo Gigio? Entre os personagens políticos, o Doutor Babaluf foi um dos personagens do humorista que ficou mais famoso. No programa Zorra Total, interpretou o professor português Laércio Falaclaro.
Agildo da Gama Barata Ribeiro Filho ficou conhecido como “Capitão do riso”. Descobriu sua vocação para o humor ainda na infância. "Virou hábito: eu abro a boca e todo mundo ri. Eu nasci para ser artista", declarou o ator em uma entrevista.
Para quem conheceu Agildinho (como era chamado) no Colégio Militar do Rio de Janeiro não restou dúvida, era mesmo um humorista nato. Imitava os professores e ninguém por perto conseguia ficar sério.
Carreira
Nascido no Rio em 26 de abril de 1932, Agildo Ribeiro chegou a trabalhar como telefonista, mas o talento falou mais alto. Começou como ator no rádio, no teatro de revista, mas seu reconhecimento veio com os trabalhos cômicos na televisão. Contracenou com grandes nomes como Jô Soares, Paulo Silvino, Chacrinha e Dercy Gonçalves. “A Dercy me xingava, mas gostava que eu imitasse ela”, declarou sobre a amiga uma vez.
Grande fã de Oscarito, foi o primeiro ator a interpretar João Grilo, o personagem central da peça de Ariano Suassuna Auto da Compadecida. Foi também um dos primeiros artistas contratados pela TV Globo. Integrou o elenco de programas pioneiros como TNT (1965) e Bairro Feliz (1965), em que satirizava fatos do cotidiano ao lado de nomes como Grande Otelo, e TVO – TV1, o primeiro programa da Globo a fazer paródias de outras atrações da TV, que o comediante comandava ao lado de Paulo Silvino.
“Minha missão na terra é divertir as pessoas, é alegrar desde a hora que acordo até a hora que vou dormir”, dizia em suas entrevistas. Entre os destaques da carreira do ator na TV, também estão Balança mas não cai, que reeditou sucessos da Rádio Nacional e se tornou líder de audiência em 1968; Satiricom (1973), Estúdio A...Gildo (1982) e A ‘Festa é Nossa (1983).
O comediante também atuou em Portugal por dois anos e, em 1999, aceitou o convite de Chico Anysio para voltar ao Brasil e integrar o elenco do Zorra Total, no papel de aluno da Escolinha do Professor Raimundo. Ao longo da carreira, Agildo Ribeiro participou, ainda, de mais de 30 filmes.
Uma das últimas aparições do ator na televisão foi em um episódio especial de "Tá no Ar: a TV na TV", da Rede Globo, que homenageou grandes nomes do humor. Por coincidência, nos anos 1960, ele foi um dos apresentadores do programa Satirycom, o primeiro a criticar a televisão dentro do próprio veículo, como faz hoje o TV tá no Ar.
Família
O humorista foi casado cinco vezes. Entre as esposas, estão as atrizes Marília Pera e Consuelo Leandro. Seu último casamento foi com a atriz e bailarina Didi Barata Ribeiro. Os dois ficaram juntos por 35 anos. Didi morreu em 2009.
Repercussão
Na internet, artistas lembraram Agildo com carinho e se despediram ontem. O apresentador Serginho Groisman usou sua rede social para lembrar do artista. "Versátil com um humor irônico e único. Fica em paz, Agildo Ribeiro", escreveu no Twitter.
O youtuber e humorista Whindersson Nunes também postou homenagem na rede social: "Um mestre do humor faleceu hoje..." O ator e humorista Fábio Porchat publicou foto com Agildo no Instagram. "A comédia brasileira perde mais um Grande! Triste pensar num mundo sem as piadas do Agildo. Obrigado por tudo o que fez por nós!”.
“Eu comecei na TV Globo em 2009 ao lado dele no 'Zorra Total'. E foram alguns lindos anos de convivência em cena, nos bastidores e até Natal na minha casa com minha família. Agildo era um mestre na arte de fazer rir”, disse Marcos Veras, ator e humorista, também no Instagram.
Sobre o humor crítico e político, Lúcio Mauro Filho, ator e humorista, falou na GloboNews. "O Agildo sabia transitar dentro do politicamente incorreto. Porque essa expressão sempre existiu. Cabe ao humorista saber os limites. E o Agildo sabia fazer isso como ninguém. O mundo fica mais chato sem o Agildo”. (As informações da
Nenhum comentário:
Postar um comentário