Winnie Madikizela-Mandela morreu aos 81 anos devido a uma "longa doença", que a submeteu a várias internações desde o início deste ano. A militante sul-africana e ex-esposa de Nelson Mandela lutou contra o apartheid, se tornando um ícone da defesa da igualdade racial.
Winnie e Nelson se casaram em 1958, seis anos antes de ele ser condenado à prisão perpétua pelo regime de minoria branca. "Ela sucumbiu pacificamente nas primeiras horas da tarde desta segunda-feira cercada por sua família e entes queridos," disse o porta-voz da família, Victor Dlamini.
Companheira de Nelson Mandela
Durante os 27 anos de prisão de Mandela, Winnie continuou com o combate, passou pela prisão, prisões domiciliares, confinamentos em uma localidade afastada de todos. O casal se divorciou em 1996, dois anos depois que Mandela se tornou o 1º presidente negro do país.
Winnie ressaltava a sua importância na luta do ex-marido enquanto ele esteve preso. "Se eu não tivesse lutado, Mandela não teria existido, o mundo inteiro o teria esquecido e ele teria morrido na prisão como queriam as pessoas que o prenderam", declarou em entrevista concedida ao jornal francês "Le Journal du Dimanche", em 2013.
Em 1991, ela foi condenada por cumplicidade no sequestro de um jovem militante à pena de prisão comutada por uma multa. Também foi condenada por fraude em 2003. Conhecido como "Madiba" na África do Sul, Nelson Mandela foi foi um dos principais responsáveis pelo fim do regime racista do apartheid, vigente entre 1948 e 1993. Mandela ficou no poder de 1994 a 1999 e morreu aos 95 anos, em Pretória.
Derrota na Justiça
No começo de 2018, o Supremo Tribunal de Apelações da África do Sul arquivou um processo movido por Winnie, que pretendia assumir a casa familiar de Nelson Mandela em Qunu, no leste do país.
Ela afirmava que, de acordo com a jurisprudência local, a residência a pertencia já que ela a comprou em seu nome em 1989, quando Nelson Mandela estava preso e o casal ainda estava casado.
Nelson Mandela deixou seus bens a sua última esposa, Graça Machel, seus filhos e netos, bem como colaboradores, escolas e seu partido, o Congresso Nacional Africano (ANC). Ele não deixou nada para Winnie. (A informação é do G1)
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