domingo, 28 de outubro de 2018

ATAQUE À SINAGOGA NOS EUA: SOBE PARA 11 O NÚMERO DE MORTOS

Um homem abriu fogo neste sábado (27), durante cerimônia do shabat na sinagoga Árvore da Vida, na cidade americana de Pittsburgh, deixando onze mortos e seis feridos antes de ser detido, informou o diretor de segurança pública da cidade. "Houve 11 mortos no tiroteio", disse o diretor de segurança pública, Wendell Hissrich, durante coletiva de imprensa, acrescentando que não há crianças entre os mortos. "Houve também seis feridos, entre eles quatro policiais", acrescentou.

Autoridades confirmaram que o suspeito, que está sob custódia, é Robert Bowers, cujas ações "representam o pior da humanidade", nas palavras do procurador federal para o distrito oeste da Pensilvânia, Scott Brady.

O FBI (polícia federal americana) está investigando o ataque como crime de ódio. O atirador, que está sob custódia policial, será processado, por crime antissemita, entre outros, e pode ser condenado à morte, informou o Departamento de Justiça dos Estados Unidos.

"Ódio e violência com base na religião não têm lugar em nossa sociedade", declarou o procurador-geral, Jeff Sessions. "Estes supostos crimes são condenáveis e totalmente repugnantes aos valores da nação. Consequentemente, o Departamento de Justiça denunciará o réu por crimes de ódio e outros, incluindo acusações que podem levar à pena de morte", acrescentou.

Diferentes veículos de imprensa já haviam antecipado a identidade do atirador, um morador de Pittsburgh, de 46 anos, autor de publicações on-line repletas de comentários antissemitas.

Ele teria gritado insultos antissemitas durante o ataque à sinagoga Árvore da Vida, onde dezenas de pessoas celebravam o dia santo dos judeus, um crime cometido em um momento em que os Estados Unidos testemunham um forte aumento de incidentes contra esta comunidade.

Após o ataque, o edifício foi isolado e estava cercado de patrulhas, ambulâncias e uma equipe da SWAT, unidade de elite da Polícia.

Uma mulher que estava no local disse à rede CNN que sua filha estava com outras pessoas que correram escadas abaixo e se esconderam no sótão da sinagoga depois de ouvir os disparos. "Estão a salvo, mas continuaram ouvindo disparos e tudo mais", contou à emissora.

O presidente Donald Trump denunciou um clima de ódio no país, e sua filha, Ivanka, convertida ao judaísmo, condenou o que chamou de ataque "depravado".

"É uma coisa terrível, terrível o que está acontecendo com o ódio no nosso país, francamente, e em todo o mundo", disse Trump a jornalistas antes de partir para uma série de eventos de campanha em Indiana e Illinois.

"Algo precisa ser feito", acrescentou o presidente, que mais tarde disse estar considerando cancelar seus eventos eleitorais por causa do ocorrido.

"Este foi um ato antissemita", afirmou Trump, falando em Indiana, em uma convenção de ruralistas. "Não deve haver tolerância ao antissemitismo", declarou.

No mesmo sentido, o vice-presidente Mike Pence condenou o que considerou "um ataque à liberdade religiosa". "Não há lugar na América para a violência ou para o antissemitismo. Este mal deve acabar", disse Pence em Las Vegas.

Jonathan Greenblatt, diretor da Liga Antidifamação (ADL, na sigla em inglês), organização de combate ao antissemitismo, considerou este "provavelmente o ataque mais letal contra a comunidade judaica da história dos Estados Unidos".

Na sexta-feira, Greenblatt havia publicado um artigo no jornal Washington Post denunciando o aumento do antissemitismo nos campi universitários.

"Horrível ataque antissemita"
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, expressou seu pesar e sua solidariedade com os Estados Unidos, dizendo-se aflito e consternado pelo ataque.

"Todo o povo de Israel chora junto com as famílias dos mortos", disse Netanyahu em mensagem de vídeo. "Estamos juntos à comunidade judaica de Pittsburgh. Estamos com o povo americano diante deste horrível ataque antissemita".

O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, denunciou o "horrível ataque antissemita", enquanto sua ministra de Relações Exteriores, Chrystia Freeland, pediu a formação de uma "frente comum contra esse ódio, essa intolerância, o antissemitismo e a violência".

Já a chanceler alemã, Angela Merkel, condenou a "ira cega antissemita".
"Todos nós, em toda a parte, devemos nos levantar com determinação contra o antissemitismo", reagiu Merkel, segundo curta declaração postada no Twitter pelo porta-voz do governo alemão. (As informações das Agências)

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