Se o aquecimento global continuar aumentando com as emissões de gases do efeito estufa, entre 2030 e 2052, a temperatura do planeta passará para 1,5 grau Celsius.Com a temperatura mais alta , o nível do mar subirá em regiões baixas, resultando em perdas de terras disponíveis e o desaparecimento de territórios provocará uma onda de refugiados climáticos. Lugares nunca antes afetados passariam a sofrer com secas e enchentes frequentes, fato que destruiria regiões do planeta. Isso foi o que mostrou o relatório divulgado hoje, pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, órgão das Nações Unidas para assunto), em Incheon, na Coreia do Sul. Apesar do alerta apontar para uma catástrofe, os pesquisadores garantem que é possível reverter a situação com mudanças no estilo de vida das pessoas e o desenvolvimento de tecnologias capazes de remover CO2 da atmosfera.
Segundo o estudo, até mesmo para manter o aquecimento limitado até 2 graus Celsius, serão necessárias mudanças drásticas que cortem em 20% as emissões de gases-estufa até 2030, em relação aos níveis de 2010, e os anule em 2075. O relatório mostrou ainda que a temperatura maior também favorecerá o avanço de doenças tropicais causadas por insetos em regiões de clima mais ameno, com impacto direto na saúde pública.
Os insetos, fundamentais para a polinização, correrão duas vezes mais riscos de perderem seus habitats com o mundo 2 graus Celsius mais quente, em relação ao aquecimento de 1,5 grau Celsius. Isso representa maior impacto na agricultura, colocando a segurança alimentar em risco. “Limitar o aquecimento em 1,5 grau Celsius é possível dentro das leis da química e da física, mas isso requer mudanças sem precedentes”, alertou Jim Skea, um dos 91 pesquisadores de 40 países que assinam o relatório.
Hoje, o mundo superou a barreira de 1 grau Celsius de aquecimento em relação aos níveis pré-industriais e o levantamento deixa claro que os efeitos das mudanças climáticas já estão sendo percebidos pela humanidade, a exemplo do que ocorre nos Estados Unidos com suas temporadas de furacões devastadores e os tufões nunca vistos na Ásia, além das crises hídricas em grandes metrópoles e secas na Europa. Os incêndios nas tundras no Ártico também são contabilizados como parte desses efeitos.
“Cada pequeno acréscimo no aquecimento importa, especialmente porque superar 1,5 grau Celsius aumenta os riscos associados de mudanças de longo prazo ou irreversíveis, como a perda de alguns ecossistemas”, esclareceu Hans-Otto Pörtner, coautor do relatório.
Vale salientar que, em 2015, 195 países assinaram o Acordo de Paris, onde se comprometem a adotar, de forma voluntária, medidas para reduzir as emissões de gases-estufa a fim de limitar o aquecimento global em 2 graus Celsius, mas com a meta mais ambiciosa de 1,5 grau Celsius. A resolução alivia o receio, mas exige que essa seja também uma mudança feita a nível social.
Os cientistas afirmam que as mudanças precisam ser rápidas e devem contemplar as fontes de energia e o uso da terra, além das modificações nas cidades e indústrias. Eles são enfáticos em garantir que o mundo não alcançará as metas sem mudanças no estilo de vida das populações, reduzindo o consumo de carne e de derivados do leite, evitando o desperdício de alimentos, substituindo o carro por bicicletas ou transportes coletivos não poluentes. É importante lembrar que a manutenção das florestas também é uma forma eficiente de reduzir emissões de carbono. (As informações das Agências)
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