terça-feira, 21 de outubro de 2014

PORTEIRO TERÁ QUE PAGAR MERCEDES-BENZ QUE NÃO COMPROU

O agente de portaria Manoel Francisco de Jesus Filho, 53 anos, tem perdido o sono desde que descobriu que alguém abriu uma conta no nome dele, emitiu cheques sem fundos e financiou um veículo Mercedes-Benz usado, no valor de R$ 40 mil. A dor de cabeça do agente de portaria começou em janeiro passado, quando ele recebeu uma correspondência cobrando valores referentes aos cheques. Era o início de uma série de surpresas desagradáveis na vida do trabalhador.

A conta no nome de Manoel Francisco de Jesus Filho foi criada em uma agência do banco Itaú Personalité da avenida Tancredo Neves. O agente de portaria então se dirigiu até a sede da 16ª Delegacia Territorial (16ª DT - Pituba) e registrou um boletim de ocorrência denunciando a fraude cometida utilizando o nome dele. Antes, Manoel Francisco já havia procurado a agência do banco Itaú do bairro da Calçada (Cidade Baixa), onde possuía uma conta, para obter informação sobre os cheques emitidos.

"Não resolvi nada lá na agência do Itaú. Uma gerente ainda me convenceu a assinar um documento para eu encerrar a minha conta", lembra Manoel Francisco. Oito meses depois, a mulher de Manoel recebeu uma ligação cobrando 10 parcelas atrasadas referentes ao financiamento do veículo. "Não tenho nem um carro de mão, quanto mais um Mercedes-Benz", lamenta o porteiro. Ele voltou à 16ª DT e acrescentou a nova informação ao boletim de ocorrência registrado anteriormente. Também procurou a Defensoria Pública, para ajudá-lo a provar sua inocência e ter o nome retirado dos órgãos de restrição ao crédito (SPC e Serasa).

Manoel lembrou que já solicitou um empréstimo de R$ 1 mil no banco para realizar um tratamento dentário, mas não conseguiu por causa de sua renda de apenas R$ 850. "Tentei esse empréstimo para cuidar de meus dentes e foi recusado. Agora recebo a notícia desse financiamento de R$ 40 mil. Já recebi mais de 100 ligações de cobrança", conta. O porteiro e a mulher tentaram financiar uma casa pela Caixa Econômica Federal e não conseguiram por causa do financiamento do veículo. "Esse golpe que me deram está atrapalhando minha vida. Nem consigo dormir direito", declara.

A defensora pública Mônica Christiane Soares de Oliveira está atuando no caso de Manoel. No último dia 2, ela solicitou ao banco a cópia do contrato de abertura da conta e do financiamento. Também enviou ao Departamento de Polícia Técnica a assinatura de Manoel para comparar com a dos supostos estelionatários. "Ela disse que vai entrar em contato comigo quando tiver novidade. Estou aguardando", afirma o porteiro. (As informações do A Tarde)

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