sábado, 4 de junho de 2016

ESTUDANTES DE ENSINO CRIAM PRANCHA DE SUP ECOLÓGICA COM GARRAFAS PET

Estudantes do ensino médio de escolas públicas de Manaus criaram pranchas SUP (Stand Up Paddle) com garrafas PET e outros produtos recicláveis, como CDS e canos de PVC. Os praticantes da modalidade esportiva, que lembra o surf, ficam em pé na prancha e remam em mares e rios. Os cientistas juniores, como são chamados, deram uma destinação sustentável a esse material que é considerado lixo e geralmente descartado de forma inadequada no meio ambiente.

O trabalho faz parte de dois projetos desenvolvidos na Escola Estadual Senador Petrônio Portella: o Pró-Engenharias, Programa Estratégico de Indução à Formação de Recursos Humanos em Engenharias no Amazonas e o RH-TI, Programa Estratégico de Indução à Formação de Recursos Humanos em Tecnologia da Informação. As iniciativas contam com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) e da Secretaria de Estado de Educação (Seduc).

O professor de Química Obenésio Aguiar idealizou a prancha ecológica junto com os alunos. Ele explica que a ideia era desenvolver o projeto integrando as disciplinas de matemática, física e química com foco na sustentabilidade. “Como é um projeto para desenvolver a parte interdisciplinar, pegamos um problema: o problema ambiental. Como é química, trabalhamos com a PET, que é um processo de polimerização (reação química) dentro da química orgânica”, dsse o professor.

Após a escolha do produto a ser utilizado, o grupo fez pesquisas para definir qual seria o experimento. “A partir daí, fomos ver soluções para a questão da problemática da cidade de Manaus, coisas que já foram feitas e nós pesquisamos na internet. Esse projeto da prancha de SUP não é pioneiro nosso, mas no norte ele nunca foi desenvolvido e eles acharam muito interessante. Nós meio que já os induzimos a pensar como universitários, a resolver problemas”, explicou o professor.

Para viabilizar o projeto, cerca de 40 estudantes fizeram um mutirão que recolheu mil garrafas PET das ruas e igarapés de Manaus. Com esse material, foi possível construir seis pranchas de SUP, com tamanhos e formatos diferentes, que foram testadas com sucesso no Rio Negro pelos próprios alunos. “Antes, eles também fizeram um teste na piscina da escola para ver a resistência da prancha. Corrigiram os erros, fizeram um relatório dentro dos padrões da ABNT (Associação Brasileira de Nornas Técnicas). Uma das pranchas, inclusive, foi formatada para crianças e animais domésticos. Um cachorro também participou dos testes.

“Uma das partes legais do projeto é a conciliação entre a reciclagem e ao mesmo o lazer que isso promove. Porque a gente acaba tirando alguma coisa que polui e transforma num lazer, aproveitando isso”, disse o estudante Lucas Tabosa, que cursa o 3º do Ensino Médio no Colégio Militar Áurea Pinheiro Braga.

Os participantes do projeto foram selecionados a partir da nota em um processo seletivo da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), para preparar futuros engenheiros e especialistas em tecnologia da informação. A estudante Juliana Cavalcanti, da Escola Estadual Homero de Miranda Leão, tem 17 anos, e sonha em cursar engenharia civil. Para ela, a iniciativa vai facilitar a vida acadêmica.

“Foi bem legal, porque a gente aprendeu bastante. Aprendemos a usar técnicas. O projeto também ajudou muito na parte teórica. Tivemos que fazer um trabalho científico. Muitas pessoas não tem a base pra ir pra Faculdade, e quando chega lá fica bem perdido. A gente não. Temos uma facilidade maior porque é bem pesado o curso”, afirma Juliana.

Ainda de acordo com o professor Obenésio, a expectativa é que o experimento com as pranchas ecológicas não fique restrito ao âmbito escolar. Ele informou que já existe a ideia de se criar um projeto com o apoio do governo, de aluguel das pranchas ecológicas, como forma de gerar renda para os estudantes. (as informações da Agência Brasil)

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