terça-feira, 28 de junho de 2016

PÓS-BREXIT: MERKEL, HOLANDE E RINZI DEFINEM PRIORIDADES QUE UE DEVE DISCUTIR

Reunidos em nome dos 27 países-membro da União Europeia, os chefes de Estado e de Governo da Alemanha, França e Itália disseram nesta segunda-feira (27) que qualquer negociação com a Grã Bretanha, depois do referendo que decidiu por sua saída da União Europeia, só começará depois de uma notificação oficial. A chanceler alemã, Angela Merkel, declarou, em Berlim, que é a Grã Bretanha que tem que dar o primeiro passo após a decisão da população britânica.

“Nós estamos aqui para preparar a reunião do Conselho Europeu que se dará amanhã e depois de amanhã.[…] A rotina é que a gente se reúna uns dias antes para tratar dos assuntos e é claro que, dessa vez, nós falamos da novidade que é a saída do Reino Unido. Nós respeitamos plenamente a decisão do povo britânico, mas é preciso também levar em conta que essa decisão terá todas as consequências que devem ter decisões assim”, disse Angela Merkel após encontro com o presidente francês, François Hollande, e o primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi.

A chanceler lembrou as bases do Artigo 50 do Tratado de Lisboa, assinado pelos países-membro da UE em 2007 e em vigor desde 2009. O tratado alterou as características legislativas do bloco, fortalecendo o Parlamento Europeu e instituiu a possibilidade de saída da UE, desde que avisada com antecedência. Embora fazendo a ressalva de que o processo de ruptura entre Londres e Bruxelas (a sede da UE) só pode ser iniciado com um pedido formal por parte das autoridades britânicas, os três líderes cobraram rapidez para diminuir as incertezas e virar de vez essa página.

A solicitação só deve ser apresentada quando o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, deixar o poder, o que está previsto para acontecer em outubro, mês em que o Partido Conservador escolherá seu novo líder, provavelmente o ex-prefeito de Londres Boris Johnson. Apenas depois disso começarão as negociações - formais e informais - entre Londres e Bruxelas. "O que aconteceu na semana passada demonstra que este é um tempo propício: se, por um lado, estamos tristes pelo voto dos britânicos, também é verdade que essa é uma época propícia para uma nova página na União Europeia", afirmou Renzi, catapultado ao grupo dos principais líderes europeus após o Brexit.

Sua entrada, no lugar de Cameron, no trio formado com Merkel e Hollande também deve fortalecer uma nova abordagem no projeto da UE. Renzi é um dos mais firmes defensores de reformas na União Europeia e tem sido crítico feroz das políticas de austeridade que colocaram muitas economias, inclusive a italiana, de joelhos. "Há uma necessidade forte de dar pernas e coração ao projeto europeu para as próximas décadas. Sabemos que a UE é forte e sólida, e deve ser cada vez mais solidária e capaz de olhar para o futuro", destacou o primeiro-ministro italiano. (As informações da Agência Brasil)

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