Salvador e as 13 cidades da Região Metropolitana se tornarão mais vigiadas a partir da primeira semana de julho. É quando deve começar a funcionar o Centro Integrado de Gestão de Emergências (Cige), da Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA). O centro, que vai reunir toda a estrutura de comunicação, tecnologia, inteligência, atendimento a ocorrências e despacho de viaturas, estará preparado para monitorar as cidades 24 horas por dia com mais de mil câmeras, entre fixas e móveis.
Uma das inovações do Cige será o uso de câmeras capazes de fazer leituras de placas de veículos. A parceria que a SSP-BA já mantém com a Superintendência de Trânsito e Transporte de Salvador (Transalvador) vai possibilitar que as polícias identifiquem veículos roubados que estejam circulando pelas vias monitoradas.
Os crimes identificados como furtos e roubos de veículos, juntos, são os mais comuns no estado: nos três primeiros meses deste ano, 3.575 veículos foram roubados no estado e 1.367 foram furtados – quando não há emprego de violência. Somente em Salvador, foram 1.552 roubos e 429 furtos de janeiro a março.
Monitoramento - O centro funcionará em um prédio de quatro andares e com suporte para um heliponto no terraço. É deste prédio que os técnicos terão acesso, por exemplo, aos posicionamentos de cada uma das viaturas da polícia baiana via GPS. Também de lá, será possível monitorar as câmeras implantadas em Salvador, Região Metropolitana e nas maiores cidades do interior por um telão de 14 metros de altura.
“O conceito do projeto era fazer com que nós tivéssemos uma melhora substancial na nossa infraestrutura de telecomunicação, de atendimento a ocorrências e ao despacho das nossas unidades. Também uma melhora na integração do trabalho entre as forças policiais e a possibilidade de agregarmos órgãos com afinidade com a segurança pública municipais e até federais”, explica o secretário da Segurança Pública da Bahia, Maurício Barbosa.
Para o vice-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Renato Sérgio de Lima, a iniciativa baiana é um modelo positivo e inteligente, que está em linha com as melhores práticas que vêm sendo adotadas para a segurança pública no país. Modelos assim já existem em São Paulo, no Rio de Janeiro e também em Brasília.
“Um órgão de integração é sempre muito bem-vindo. Em uma cidade do tamanho de Salvador, não se faz segurança só com gente. Gente é essencial, porque oferece uma sensação de segurança e uma resposta rápida, mas tecnologia é fundamental, principalmente porque falta dinheiro para contratar policiais. Se você não usa a tecnologia, não consegue dar respostas”, aponta.
Para garantir a integração, a SSP vai monitorar as cidades com as próprias câmeras – atualmente, 600 fixas e 200 móveis embarcadas em viaturas – e com câmeras de parceria com prefeituras e com instituições privadas. Desde outubro do ano passado, a SSP já utiliza as câmeras da Transalvador, e vice-versa, para monitorar a capital. Também já há uma parceria com as 20 câmeras externas da CCR Metrô, localizadas do lado de fora das estações.
Mas faz parte dos planos do governo do estado firmar parcerias também com bancos, shoppings e com a concessionária ViaBahia, responsável pela BR-324, no trecho entre Salvador e Feira de Santana, BR-116, entre Feira de Santana e a divisa com Minas Gerais, e a BA-526, entre a Base Naval de Aratu e Simões Filho.
“Quanto mais imagens, melhor. O centro vai se tornando mais completo à medida em que a gente vai recebendo mais imagens. E aí o céu é o limite para que essas imagens possam ser integradas ao Cige”, explica o secretário, que atribui ao Cige o título de maior estrutura de segurança da polícia baiana.
A concessionária ViaBahia informou que “mantém contato com o governo e estuda, em conjunto, formas de colaborar com a segurança pública do estado”. O CORREIO procurou a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e a Associação Brasileira de Shoppings Centers (Abrasce) para falar sobre possíveis parcerias, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.
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