Na manhã desta terça-feira, 21, no Barradão, em Salvador, enquanto Vagner Mancini treinava o Vitória, que enfrenta o Grêmio na quinta, 23, em Porto Alegre, pela 10ª rodada do Campeonato Brasileiro, cerca de 30 membros de torcidas organizadas protestavam do lado de fora, com fogos de artifício, pichação, gritos de "queremos jogador" e faixas afirmando que o clube tem "diretoria de 2ª divisão".
O clima pesado, fruto do fraco início de campeonato do Leão, que ocupa a 15ª colocação entre 20 times, fez o treinador desabafar. Quando perguntado se tinha opinião a respeito do protesto, mostrou-se chateado e, tentando mudar o foco da entrevista coletiva, resumiu: "Só deu para ouvir os fogos. E eu não gostaria de falar nada, pois foge do meu papel, que é treinar o time. Foi o que eu estava fazendo".
Minutos depois, o assunto voltou e Mancini decidiu demonstrar a sua insatisfação. "Não havia necessidade disso. Quando você faz um protesto, é para gerar uma consequência. Só que, neste caso, a consequência já vem ocorrendo. Há três meses temos reuniões diárias sobre contratações. Só a de segunda-feira durou três horas. O que seria útil é que eles apresentassem para nós uma lista de reforços disponíveis. O mercado não oferece muito, e a gente vem tentando pinçar alguma coisa boa".
A chateação estendia-se às críticas de que o Vitória não vem contratando para o Brasileirão. O técnico confirmou o acerto verbal com o atacante Rodrigo Ramallo, da seleção da Bolívia e que é esperado em Salvador até o fim de semana, e as negociações para as voltas do atacante Rhayner e do meia Escudero, destaques na campanha de retorno à Série A, em 2015. Rhayner deve fechar nas próximas horas. Escudero ainda precisa obter a liberação do Pueblas, time mexicano com o qual tem contrato.
"Eu tenho escutado pessoas questionarem: "Por que o Vitória não montou a equipe ideal desde o começo do ano?". É preciso lembrar que todos os clubes vivem o mesmo problema e ainda estão montando os elencos. No Vitória, nós só temos um suporte financeiro a partir de maio, por isso é inviável fazer um elenco forte desde o início. Nós não poderíamos comprometer o orçamento anual já em janeiro. O planejamento está sendo cumprido e não vamos mudá-lo porque A, B ou C pensa diferente. Quem tem que pensar são as pessoas que dirigem o Vitória", desabafou Mancini.
Chateado também com o rendimento do time, Mancini confirmou uma mudança: na zaga, sai Ramon, entra Kanu, recontratado também após ter sido destaque em 2015. Ele é até aqui o único reforço rubro-negro para o Brasileirão. Na quinta, será titular pela primeira vez na competição. Por fim, a irritação voltou-se para a nova contusão do lateral direito Maicon Silva, que seria titular na vaga de Norberto, em tratamento médico. "Já é a quarta vez que ele sente uma lesão muscular. Conversei com [diretor de futebol] Anderson Barros sobre isso. A situação me irritou profundamente".
Diego Renan deve ser deslocado para a lateral direita. Euller entra na esquerda. (As informações do A Tarde)
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