Talisca comprou passagem apenas de vinda. Em Salvador desde a última segunda-feira (21), o jogador baiano ainda não sabe onde vai jogar na próxima temporada europeia. Ele tem contrato com o Benfica, de Portugal, até 2020, mas garante que não voltará a vestir a camisa do time português e nem do ex-clube Besiktas, da Turquia.
Para qual país iria se pudesse escolher? “A Inglaterra. Pelo torcedor, por ser um teatro, um show, todos os jogos são um espetáculo e eu gosto”, afirmou, sem confirmar se está negociando com Liverpool ou Manchester United. “Existir interesse, existe, mas não tem nada certo. Não acertei nada ainda. É só especulação. Essas coisas de negociação não posso falar”, encerrou. Certo é que curtirá as férias na capital baiana até meados de julho.
Revelado no Bahia, Talisca vai visitar o Fazendão ainda essa semana. “Quero conhecer o novo presidente e a todos. Mudou bastante desde que eu saí”. Do elenco atual, o único atleta que jogou com ele foi o zagueiro Lucas Fonseca. Talisca também pretende ir à Fonte Nova para ver o Bahia jogar, só não escolheu o adversário ainda. “Tenho que ver a família no interior. Vou pra Feira de Santana”, explicou. A mãe Ivone e o pai Augusto não o veem desde dezembro e estão aguardando a visita do filho.
Já são quatro anos morando na Europa. Talisca foi vendido pelo Bahia ao Benfica em julho de 2014. Em solo estrangeiro, o meia construiu uma relação conturbada com o clube português e, em agosto de 2016, foi o emprestado ao Besiktas, da Turquia. Na ocasião, o jogador não escondeu a insatisfação com a transferência, mas se firmou no time e conquistou a torcida.
“A recepção dos torcedores do clube foi muito boa e foi importante para o meu desempenho. Minha família também morava bem e comia bem. Não sei falar o nome das comidas, mas eu gostava”, divertiu-se Talisca, que durante a estadia na Turquia recebeu dois ex-companheiros de Bahia, o zagueiro Titi e o centroavante Fernandão. O primeiro joga no Bursaspor e o segundo no Fenerbahçe. “Os dois foram na minha casa”, contou.
Com a camisa do Besiktas, Talisca fez 71 jogos, marcou 34 gols e deu 13 assistências. O avanço de posicionamento em campo contribuiu para a estatística. “Eu tinha qualidade pra isso. No Bahia me escalavam da maneira errada, como volante, mas sempre fui meia, desde a divisão de base. Quando a gente se sente bem na posição que sabe fazer seu melhor, a gente acaba desempenhando bom futebol”, afirmou ele, que não esconde a satisfação por atuar mais perto das redes. “É importante, eu gosto, dá mais visibilidade”.
A forma de jogar não foi a única coisa que mudou desde que ele se mudou do Brasil para a Europa. “Mudou muita coisa, sou pai de família, tenho outra cabeça. Mudou tudo no futebol. Defensivamente mudei muito. Sou um jogador ofensivo, mas marco mais, eu melhorei nisso”. Os filhos são europeus. Maria Laura, 2 anos, nasceu em Portugal. Samuel Davi, de apenas dois meses, na Turquia.
Apesar de ter se adaptado à culinária turca, Talisca não esconde: o estômago estava com tanta saudade da Bahia quanto o coração. Logo que chegou a Salvador, tratou de comer dois acarajés. Se tem uma coisa que ele sente falta na Europa é da comida da terra onde nasceu. Por isso, já avisou que a bagagem de volta não poderá ir abarrotada. Tem que ter espaço para alguns quilos de feijão e farinha.
Esse ano, Talisca vai ver a Copa do Mundo em Salvador. Em 2022, quer disputar o Mundial do Catar. O baiano foi chamado pelo técnico Tite para defender a Seleção Brasileira contra Rússia e Alemanha, mas não chegou a entrar em campo e nem figurou entre os convocados para o Mundial. “Foi boa a experiência. O ambiente foi bom. Deu para aprender bastante. Tite é um cara muito correto”, contou. “Mexeu bastante comigo e foi importante. Vou trabalhar firme e forte pra estar dentro na próxima”, avisou. (As informações do Correio)
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