Morreu na noite desta terça-feira (26), o jornalista Rafael Henzel, de 45 anos, um dos sobreviventes da tragédia aérea da Chapecoense, em 2016. Henzel sofreu um infarto enquanto jogava futebol com amigos na cidade de Chapecó. Ele foi levado para o hospital regional, ainda com vida, mas não resistiu. O jornalista era casado e tinha um filho.
Atualmente Henzel trabalhava na rádio Oeste Capital, onde narrava jogos. A própria emissora fez o comunidado: "Nosso colega Rafael Henzel veio a falecer na noite desta terça-feira, 26 de março. Rafael jogava futebol com amigos no início da noite de hoje e acabou sofrendo um infarte fulminante e foi conduzido ao Hospital Regional de Chapecó, onde foi confirmado o falecimento do nosso colega, jornalista e narrador".
Rafael era uma das seis pessoas que haviam sovrevivido ao acidente aéreo que deixou 71 mortos. O voo levava a delegação da Chapecoense para a Colômbia para a disputa da final da Copa Sul-Americana, no fim de novembro de 2016.
Na época, o radialista havia contado que estava sentado entre o jornalista Renan Afnolin e o cinegrafista Djalma Neto no momento da queda da aeronave. Quando acordou, viu que os amigos estavam mortos e chegou a pensar que estava sonhando. Henzel ficou internado em um hospital de Medellín antes de voltar ao Brasil. No acidente ele fraturou sete costelas e teve pneumonia. O jornalista, que só soube o que realmente tinha acontecido após o terceiro dia no hospital.
Único jornalista a sobreviver à tragédia, Rafael Henzel retornou a Chapecó em 13 de dezembro de 2016, voltou a trabalhar na rádio Oeste no dia 9 de janeiro de 2017 e narrou a primeira partida em 21 de janeiro de 2017, no amistoso da Chape contra o Palmeiras que terminou em 2x2.
Ao voltar a trabalhar, lançou em maio de 2017 o livro "Viva como se estivesse de partida", cujo complemento é "um relato otimista e emocionante do jornalista que sobreviveu à tragédia da Chapecoense". No mesmo ano, passou a atuar como comentarista da RBS TV, afiliada à TV Globo, nas transmissões dos jogos da Chapecoense na Copa Libertadores daquele ano - para a qual o time catarinense entrou por ter sido considerado o campeão da Sul-Americana, mesmo sem jogar a partida da volta.
Em comunicado, o clube de Chapecó lamentou a morte do jornalista. "A Associação Chapecoense de Futebol vem a público a fim de manifestar o profundo pesar e toda a consternação pela notícia do falecimento do jornalista Rafael Henzel, ocorrido na noite desta terça-feira", registrou o clube. "Durante a sua brilhante carreira, Rafael narrou, de forma excepcional, a história da Chapecoense. Tornou-se um símbolo da reconstrução do clube e, nas páginas verde e brancas desta instituição, sempre haverá a lembrança do seu exemplo de superação e de tudo o que fez, com amor, pelo time, pela cidade de Chapecó e por todos os apaixonados por futebol. Desejamos, de todo o coração, que a família tenha força para enfrentar mais um momento tão difícil e esta perda irreparável. Os sentimentos e as orações de todos os chapecoenses, torcedores e ouvintes, estão com vocês".
Rafael Henzel deixa esposa, Jussara Ersico, e um filho, Otávio, de 13 anos. (As informações do Correio)
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