O deputado estadual eleito Eduardo Salles (PP) foi o 13º mais votado na Bahia, com 78.331 votos, em 396 municípios do estado. Sem herança política e estreante no poder Legislativo, o ex-secretário estadual de agricultura afirmou que muitos não acreditavam que ele conseguiria um resultado tão expressivo. “Eu acho que fui até a zebra, em termo de votação. As pessoas pensavam: ‘Tá, o Eduardo vai ser eleito, lá entre os últimos’. Mas duvido que alguém colocasse que eu teria uma votação significativa”, avaliou. Ele credita sua vitória à sua confiança e à “maratona” que fez pelas cidades do interior. “Como secretário, rodei mais de 300 municípios. Talvez na história eu seja o que mais rodei. E não fui só nas sedes. Fui nos povoados, nos distritos, falei com pescadores... Eu conheço a Bahia nos seus detalhes e acho que vou poder, com esse conhecimento, ajudar a diminuir as desigualdades”.
Mesmo feliz com a eleição, Salles classificou a campanha como uma “experiência dolorosa” e criticou o modelo político que, para ele, está errado. “O modelo hoje é financeiro e eu senti na pele o que era não ter este poder. Por isto fiz uma campanha diferente, fui em cada grotão da Bahia. Eu tinha que estar em todos os lados para passar minha proposta. O que temos hoje é insustentável”, reclamou. Ele disse entender que a reforma política é uma responsabilidade de deputados federais, mas afirmou que conversará com os legisladores para buscar uma mudança “essencial” para melhorar a governabilidade tanto a nível municipal quanto federal. Para ele, financiamento público de campanhas, mandato de cinco anos, uniformização das eleições (de vereador a presidente) e voto distrital misto seriam capazes de ao menos melhorar a questão.
Questionado sobre a existência de compra indireta de votos por lideranças do interior do estado, o deputado eleito confessou que chegou a receber propostas, mas que não aceitou nenhuma. “Quem disser que não recebeu, peço desculpas, mas é mentiroso. Ou inocente. Cabe à pessoa aceitar ou não e eu não aceitei. Mas eu acho que todo mundo, por menor que seja, recebeu alguma proposta indecorosa”, contou. O futuro parlamentar acredita que terá "maturidade" para assumir o cargo em 2015 e prometeu defender "incondicionalmente", na Assembleia, os direitos do setor agropecuário e dos cidadãos. "Eu era do setor privado, pedi demissão e passei a ganhar três vezes menos. Mas os quatro anos como secretário foram os mais felizes da minha vida, porque eu pude estar presente e mudar um pouco a vida de milhares de pessoas, fazendo coisas estruturantes. [...] Eu sei como funciona o governo e acho que vou poder ajudar os municípios com muito mais conhecimento do que poderia antes", avaliou. (As informações do BN)
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