sábado, 22 de abril de 2017

SALVADOR TEM CERCA DE 20 MIL PESSOAS EM SITUAÇÃO DE RUA, APONTA LEVANTAMENTO

Um levantamento inédito feito pelo Projeto Axé aponta que cerca de 20 mil pessoas vivem em situação de rua em Salvador. De acordo com a Secretaria Municipal de Promoção Social, Esporte e Combate à Pobreza (Semps), grande parte delas foi viver nas ruas após deixar a prisão e resiste a buscar abrigos. “Temos visto cada vez mais egressos do sistema carcerário. Alguns têm medo de fazer o cadastro achando que tem risco de voltar para a cadeia”, explica Juliana Portela, diretora de Promoção Social Especial da Semps, ao Correio. Segundo Juliana a repulsa dos moradores em situação de rua aos espaços de acolhimento tem uma explicação complexa. “Tem pessoas que nasceram na rua, então é difícil desconstruir a rua como território de identidade dela. Precisa fazer um trabalho de construção de vínculo com a pessoa. Às vezes, a mulher quer ir, o homem não quer. Às vezes têm um preconceito com o abrigo, rixa de bairro”, explica.

Já o receio relacionado ao tratamento no sistema carcerário é acompanhado mais de perto pela Defensoria Pública do Estado (DP-BA). Uma equipe multidisciplinar do órgão atua com atendimentos não só de auxílio na obtenção de documentos, mas também com suporte de psicólogos e assistentes sociais. “Temos casos de violência institucional, por conta da Polícia Militar, da Guarda Municipal e até de profissionais da rede de assistência e de saúde. A gente consegue juntar toda a documentação, exame de corpo de delito, relatório médico e até entrar com ação de indenização”, detalha a defensora pública Fabiana Almeida, coordenadora da Equipe Pop Rua, à publicação.

De acordo com a Semps, há cerca de 160 vagas disponíveis nas 12 unidades da rede de acolhimento da pasta. Em 2017, a secretaria abordou cerca de 2 mil pessoas, mas apenas 415 aceitaram ser cadastradas pelos agentes. Além das unidades, a prefeitura oferece auxílio moradia de R$ 300 para quem sai do abrigo. Atualmente, 672 famílias são beneficiadas. (As informações do BN)

Nenhum comentário:

Postar um comentário