quinta-feira, 27 de abril de 2017

MÉDICA BALEADA EM FAVELA NO RIO RELATA CENA DE PÂNICO: 'PEDIR QUE NÃO ME MATASSEM'

A médica Klayne Moura Teixeira de Souza, 28 anos, baleada nesta quarta-feira (26) no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, afirmou que ficou "apavorada" ao se deparar com traficantes armados na entrada da favela. Ela tentava chegar ao Detran, no centro do Rio, mas acabou entrando em um lugar errado por conta do aplicativo Google Maps. Ao Extra, ela contou que pediu para não ser morta e que os próprios traficantes a socorreram.

"Eu fiquei com medo, fiquei apavorada. Pedi muito para que não me matassem. Eram muitos homens armados. Muitos mesmo. Eu me assustei quando os vi e acelerei. Meu carro foi atingido por muitos disparos. Foi quando vi um homem batendo na janela do meu carro e pedindo para abaixar o vidro. Fiquei com medo e não abaixei. Quando saí, já estava baleada. Ele viu que eu era mulher e disse que não ia fazer nada comigo. Eu me identifiquei como médica e eles disseram que precisavam me tirar dali porque a facção rival poderia me encontrar e me matar. Me levaram de moto para a ONG onde me ajudaram. Os funcionários da ONG foram maravilhosos comigo", relata.

Atingida no ombro, a médica foi levada para o Hospital Miguel Couto, o mesmo em que trabalha, mas recebeu alta e já está em casa. Ela é do interior do Ceará e mora no Rio de Janeiro há dois anos - os pais continuaram em Brejo Santo, região do Cariri, e um irmão dela, que mora em Juiz de Fora, viajou para fazer companhia à irmã. A médica explica que ia ao Detran trasnferir documentos do carro e acabou se perdendo na Avenida Francisco Bicalho, quando o app alterou o roteiro e ela foi parar por engano na comunidade Nova Holanda.

"Eu não conheço o Centro do Rio direito e me perdi. Não sei nem dizer direito onde foi. Sei que o aplicativo marcava que faltava pouco para chegar e, de repente, alterou para 21 minutos. O retorno mais perto que ele me dava era nesse local", diz. O carro da médica, um Honda Civic com película nos vidros, passará por perícia. Ainda não há previsão de quando ela irá ser ouvida. (As informações do Correio)

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