quarta-feira, 27 de junho de 2018

CIRO SE APROXIMA DE CENTRO-DIREITA E NEGOCIA CHAPA ELEITORAL

Com o desacordo prévio para uma ampla aliança da esquerda ainda no primeiro turno, o pré-candidato a presidente da República, Ciro Gomes (PDT), deu start para negociação de aliança eleitoral com o bloco de centro-direita. Na semana passada, o partido do pré-candidato se reuniu com PP, SD, DEM e PRB — partidos do chamado centrão. As últimas duas legendas possuem pré-candidatos ao Palácio do Planalto, incluindo o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), e do empresário Flávio Rocha (PRB).

O encontro foi informado pelo próprio Ciro, que palestrou nesta terça (26) para empresários no município de Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza, a convite da Associação Comercial, Industrial e Serviços de Caucaia (Acisc). Questionado pelo O POVO, o ex-governador justificou a aproximação com o grupo alegando que a conversa foi “franca” e que a proposta de aliança é baseada em um programa de governo. “Abrimos uma conversa, tratamos de coisa programática, tratamos das minhas críticas a eles e das deles a mim”, disse. É a primeira vez que o pedetista admite conversa formal com o grupo.

Ciro disse que os partidos do centrão, que hoje dão suporte ao governo do presidente Michel Temer (MDB), estão de portas abertas para uma possível aliança em outubro próximo. “(As portas) Estão completamente abertas na medida em que meu olho está um posto na eleição e o outro posto no dia seguinte”, admitiu.

O ex-ministro argumentou que o caminho que tem tomado é em respeito “ao voto popular”. “Nós precisamos ter humildade, respeitar o voto popular, pensar no futuro do País e num ambiente de diálogo entre diferentes. A única saída que o Brasil tem é estabelecer e fazer isso ao redor de programas ao invés de cargos, fisiologia e corrupção que nenhuma possibilidade eu aceito”, pontuou.

O pré-candidato, ao ser questionado se estaria passando para o campo da direita, alfinetou o PT afirmando que o discurso que é difundido no meio da esquerda é “burocracia do PT” e que é injustiçado pelo partido do ex-presidente Lula. O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, disse que a aproximação é em torno de um “programa” e que a ideologia de centro-esquerda da candidatura “não muda”. “Nós temos como prioridade a aliança com o PSB”, disse.

Ao O POVO, o senador Agripino Maia (DEM-RN) admitiu que Ciro está entre os nomes “do centro” que o partido estuda apoiar. A decisão, no entanto, deverá ser tomada em conjunto. “São vários partidos que estão discutindo em conjunto. Não tem possibilidade de candidatura A, B ou C. Os partidos (do centro-direita) vão tomar decisão em conjunto”. No meio das conversas de bastidores, é considerada a possibilidade de DEM e PRB abrirem mão das candidaturas para negociar alianças mais interessantes para os partidos.

Bastidores
Acidente
Ciro chegou ao evento com uma bota imobilizadora no pé direito. Aos convidados, brincou alegando que tinha ajudado o Neymar em campo, referindo-se à Copa do Mundo. A assessoria afirmou que foi um pequeno acidente na residência do presidenciável.
Evento
No trajeto para o local do evento, faixas foram instaladas para identificar o evento. “Evento Ciro Gomes”, estampavam vários informes pelo caminho. O ex-governador do Ceará tem se tornado uma das apostas para suceder a Michel Temer na Presidência.

Aliança de Ciro com a direita não é desaprovada pela esquerda
Para integrantes da esquerda, a aproximação de Ciro Gomes (PDT) com o grupo centro-direita não é impedimento para um agrupamento futuro. O PSB ainda estuda apoiar o cearense no primeiro turno. O PT, que insiste na candidatura de Lula, descarta a possibilidade.

O senador João Capiberibe (PSB-AP), que havia afirmado ao O POVO no início deste mês que a legenda estava inclinada a seguir a candidatura de Lula, afirmou ontem que as conversas de Ciro com a direita não impedem uma aliança com o PSB. Ciro esteve ontem com os socialistas em Recife para mais uma rodada de negociações.

“Na verdade, os que está em jogo são os interesses regionais. Como o PSB não tem candidato próprio, as discussões dentro do partido vão de interesses regionais, ou aliança com indicação a candidato a vice”, declarou o senador ao frisar que a legenda não tem pressa para se definir.

Para o deputado Assis Carvalho (PT-PI), o que vale é a aliança programática, independente da ideologia dos partidos. “Não faço esse olhar se é direita, esquerda. O modelo político do País é muito confuso. Existem coligações pragmáticas na esquerda que não têm alinhamento conosco, tem que ver o programa”, admitiu. (As informações são do Jornal O Povo)

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