Um concurso da Polícia Militar do Paraná que começou a inscrever nesta segunda-feira (13) está causando polêmica por ter como um dos critérios da avaliação psicológica o item "masculinidade". São 16 vagas para homens e mulheres de até 30 anos - o número de vagas preenchidas por mulheres não pode, contudo, ultrapassar 50% do total, respeitando lei estadual paranaense.
No anexo II do edital, o critério "masculinidade" é descrito como “capacidade de o indivíduo em não se impressionar com cenas violentas, suportar vulgaridades, não emocionar-se facilmente, tampouco demonstrar interesse em histórias românticas e de amor”. Para ser considerado adequado neste item, o candidato deve ter um grau igual ou maior a "regular".
O Grupo Dignidade e a Aliança Nacional LGBTI+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais, Travestis e Intersexuais) publicaram uma nota de repúdio ao edital. Para eles, a exigência desconsidera que mulheres podem se candidatar às vagas ou quer que elas sejam masculinas. Para os grupos, o item é discriminatório.
“Fere a Declaração Universal de Direitos Humanos e a Constituição Federal Brasileira no que diz respeito à igualdade de todas as pessoas, além de estar na contramão dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (ONU) em relação ao alcance da igualdade entre os gêneros”, diz a nota, que pede a revogação do edital,
O Conselho Regional de Psicologia do Paraná (CRP-PR) disse que vai divulgar nota para se posicionar em relação ao edital, ao qual teve acesso no final de semana. (As informações do Correio)
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