Servidores estaduais da Saúde têm assembleia convocada pelo sindicato da categoria (Sindsaúde) para as 9h desta sexta-feira, 24, no auditório da faculdade Visconde de Cairu, Barris, para definir os rumos da greve da categoria, deflagrada na última sexta-feira. Nesta quinta-feira, 23, cerca de 100 servidores saíram em caminhada da Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) à sede da Governadoria, no Centro Administrativo (CAB). Lideranças do movimento criticaram a "falta de negociação por parte do governo".
Trabalhadores do Hospital Geral do Estado (HGE) também se juntaram ao movimento. Eles aderiram à paralisação. No entanto, segundo a Sesab, o serviço da unidade não foi afetado. A equipe de A TARDE foi à unidade e verificou que o atendimento realmente permanecia normal.
Funcionários ouvidos - e que pediram para não ser identificados nesta reportagem - explicaram que o percentual de trabalhadores que segue trabalhando vem dando conta da demanda. Durante o protesto no CAB, manifestantes cobraram itens da pauta de reivindicação como o pagamento da Unidade Real de Valor (URV), revisão do corte do adicional de insalubridade de 1.518 trabalhadores dos Núcleos Regionais de Saúde (NRS) e a atualização do valor pago no tíquete-alimentação.
A categoria exige, ainda, a volta da regionalização, a partir dos debates nos núcleos regionais de saúde, implantação da progressão do Plano de Carreira e Vencimentos, fim da "privatização" dos serviços públicos de saúde para grupos privados ou filantrópicos, além da "melhoria das condições de trabalho e assistência à população". "O governo está nos desrespeitando", reclama o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Estado da Bahia (Sindsaúde), Sílvio Roberto dos Anjos.
"Entregamos a pauta de reivindicações bem antes da greve e a secretaria sequer nos procurou. Continuaremos paralisados até que nossa pauta seja debatida e atendida", diz o presidente do sindicato.
Ilegalidade - O sindicalista se referia à liminar do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) que considerou a paralisação da categoria ilegal e estabeleceu multa de R$ 50 mil diários em caso de descumprimento da determinação. Em nota, a Secretaria de Administração do Estado (Saeb) informa que "o tribunal entendeu que não era válido o principal argumento do sindicato para deflagração da greve: o corte do adicional de insalubridade". Segundo o órgão, os cortes foram "respaldados por orientação da Procuradoria Geral do Estado (PGE) e da Auditoria Geral do Estado (AGE)", que, afirma a secretaria, identificaram irregularidades na prática remuneratória destes adicionais.
Público x privado - Em réplica ao governo, o sindicato dos trabalhadores defende que as reivindicações "não se resumem ao corte do adicional de insalubridade" e criticou o que chama de "desmonte do Sistema Único de Saúde (SUS)". Segundo o presidente da entidade sindical, a gestão atual "tem uma política privatista". Em resposta, a Sesab rebate que "na atual gestão nenhuma unidade de saúde foi fechada ou privatizada, conforme apontado pelo Sindsaúde. Isso demonstra que não há nenhum desmonte do SUS ou privatizações".
Dires - O atrito entre a Sesab e os trabalhadores vem desde a extinção das Diretorias Regionais de Saúde (Dires), responsáveis por interiorizar ações da secretaria. Há, ainda, resistência ao fato de o titular da pasta, Fábio Vilas Boas, ter histórico de administração em unidades privadas. (As informações do A Tarde)
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