A Bahia liderou o ranking de acidentes envolvendo motocicletas e motonetas nas rodovias federais em 2014, quando houve 1.791 ocorrências. O segundo e terceiro lugar foram ocupados por Pernambuco (1.540) e Ceará (1.035), respectivamente. As informações, da Polícia Rodoviária Federal (PRF), também demonstram que os acidentes nas rodovias federais baianas cresceram em 5% entre 2013 (1.704) e 2014 (1.791). Em ritmo semelhante, as internações por acidentes de moto na Bahia aumentaram 34% de 2013 para 2014. Enquanto em 2013, 2.577 pessoas foram internadas por este motivo, pelo Sistema Único de Saúde (SUS), em 2014, 3.471 internações foram realizadas, segundo dados do Sistema de Informações hospitalares do Ministério da Saúde (MS).
Este foi o maior aumento registrado nos últimos três anos. De 2011 para 2012, as internações cresceram 9,2% e de 2012 para 2013, 8,5%.
Na Bahia, foram gastos R$ 5,9 milhões, no ano passado, somente com internações por acidentes de moto, segundo dados preliminares da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab). O valor representa metade do que foi investido com as internações por acidentes de trânsito diversos (R$ 11,7 milhões). Em todo o país, o governo gasta de R$ 28 bilhões a R$ 40 bilhões, anualmente, para atender as vítimas de acidentes de trânsito, segundo a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia.
Para o diretor-geral do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-BA), Maurício Bacelar, o aumento de acidentes e de internações é um reflexo do crescimento da frota de veículos em paralelo à falta de qualificação para o trânsito. "O aumento da renda facilitou o acesso da população ao crédito e à compra de veículos, ao mesmo tempo em que estas pessoas não procuraram se qualificar para o tráfego", opina. Ele exemplifica que a infração mais comum flagrada nas blitzes do Detran, em parceria com a Polícia Militar da Bahia, tem sido dirigir sem a Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
"Os condutores precisam se conscientizar de que dirigir sem este documento é infração grave. E quem cedeu o veículo deve ser responsabilizado criminalmente", adverte Bacelar.
Sequelas - As quedas e colisões podem deixar sequelas para a vida toda. As fraturas são algumas das consequências mais recorrentes, devido à vulnerabilidade do condutor e do passageiro. Nem sempre a fatalidade está associada à imprudência do motociclista. O motorista Ednaldo Alves, 27, por exemplo, diz ter sido vítima da imprudência do condutor de um automóvel.
Ele lembra de quando se acidentou no bairro Pau Miúdo, quando saía para um passeio na rua Quinta dos Lázaros, próximo à Maternidade Tsylla Balbino. "Eu transitava na minha faixa, quando o motorista de um carro me atingiu ao desviar de um buraco e mudar de faixa sem sinalizar", conta.
Com uma fratura no braço e nos dois ossos da perna (tíbia e fíbula), Ednaldo se locomove de cadeira de rodas. "Não posso usar muletas, por causa do braço, fico o tempo todo deitado", diz. Atividades comuns como deitar de bruços e tomar banho sozinho se tornaram preciosas e desejadas para o rapaz, que deve se recuperar em dois anos. (As informações do A Tarde)
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