O Ministério Público Federal (MPF) denunciou nesta sexta-feira (24) à Justiça 22 pessoas, incluindo executivos da Odebrecht e Andrade Gutierrez, por corrupção, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa. No âmbito da Operação Lava Jato, essa é a primeira acusação formal contra integrantes da cúpula de duas das maiores empreiteiras do país. Entre os denunciados, estão os presidentes da Odebrecht, Marcelo Bahia Odebrecht, e da Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo. Os dois, além de outros seis executivos das empresas, estão presos preventivamente desde junho.
O juiz Sérgio Moro, que conduz as ações da Lava Jato em primeira instância, decretou uma nova prisão preventiva contra Marcelo Odebrecht e autorizou a transferência dele, de Otávio Marques e dos executivos das construtoras para um presídio estadual em Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba. Eles devem deixar hoje a carceragem da PF na capital paranaense. Na denúncia, o MPF sustenta ter provas de que a Odebrecht e a Andrade Gutierrez faziam parte de um cartel montado para fraudar licitações na Petrobras e pagavam propina sobre os contratos.
Segundo investigadores da força-tarefa da Lava Jato, as duas companhias faziam a maioria dos pagamentos no exterior, ao contrário das outras empresas investigadas. Em entrevista coletiva ontem, o procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima disse que os repasses de propina eram feitos por meio de um sofisticado esquema de lavagem de dinheiro, que usava contas secretas e empresas offshore controladas pelas empreiteiras. Também foram denunciados os executivos Rogério Araújo, Alexandrino de Alencar, Márcio Faria, Cesar Ramos Rocha e Paulo Sérgio Boghossian, da Odebrecht, e Flávio Gomes Machado Filho, Antonio Pedro Campello de Souza, Paulo Roberto Dalmazzo e Elton Negrão Júnior, da Andrade Gutierrez.
A lista inclui ainda os ex-diretores da Petrobras Paulo Roberto Costa e Renato Duque, o doleiro Alberto Youssef e os lobistas Fernando Soares (o Baiano), Bernardo Freiburghaus, Mario Góes e Lucelio Góes, além dos ex-gerentes da Petrobras Celso Araripe e Pedro Barusco e do empresário Armando Furlan Junior, sócio de Fernando Baiano. Investigação feita pelo Ministério Público da Suíça aponta que subsidiárias da Odebrecht no exterior foram usadas para pagamentos a ex-dirigentes da Petrobras, através de contas secretas na Europa.
A soma de repasses, segundo as autoridades suíças, foi de US$ 17,6 milhões, cerca de R$ 59 milhões. Foram as informações levantadas pela Suíça que embasaram a decretação da nova prisão preventiva de executivos da Odebrecht. O juiz Sérgio Moro é quem irá decidir se aceita ou não a denúncia - em caso positivo, os executivos viram réus.
A Odebrecht afirmou que seus executivos vêm sendo prejulgados e que as provas colhidas pelo MPF não demonstram vínculo entre diretores e contas usadas no esquema. A Andrade Gutierrez, da mesma forma, sustenta que a empresa e seus executivos “não têm ou tiveram qualquer relação com os fatos investigados pela Lava Jato”. (As informações do G1)
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