O ex-ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, minimizou, neste sábado, 21, as declarações feitas pela equipe do presidente interino Michel Temer de que há um rombo de R$ 170 bilhões no orçamento. O petista classificou o atual governo como "claudicante" e disse que o PMDB não tem condições de produzir um pacto nacional.
Sobre o rombo nas contas públicas, Wagner ressaltou que Temer está tentando fazer o mesmo que Dilma. "Eles não estão descobrindo nada, nós já havíamos anunciado que com a que da arrecadação teríamos dificuldades em fazer frente aos compromissos", declarou o petista, que participou na manhã deste sábado do encontro estadual do diretório do PT, na sede da União dos Município da Bahia, no Centro Administrativo.
Wagner afirmou que o Governo Dilma já havia enviado ao Congresso Nacional um projeto de lei para alterar a meta fiscal. Segundo ele, a presidente Dilma já sabia que não seria possível alcançar o superátiv primário de o,5% do PIB no orçamento. "Trabalhávamos com um déficit de R$ 130 bilhões. Se vai ser maior ou menor do que isso depende do que for arrecadado e gasto ao longo do ano", afirmou o ex-ministro.
Wagner atribuiu o rombo à crise econômica. "Com a economia em queda, a gente arrecada menos", declarou o ex-governador, assinalando que as dificuldades orçamentárias já haviam levado à suspensão de obras federais. Na opinião do petista, o governo interino não vai ter como reduzir despesas de forma significativa, sem mexer nos programas sociais. "A não ser que eles queiram cortar o Bolsa Família e outros programas sociais", disse. O orçamento do Bolsa Família para 2016 é de R$ 28,8 bilhões.
Governo Temer - Sobre a presença de Michel Temer à frente da presidência, Wagner enfatizou que é um governo interino e colocou em dúvida a capacidade do peemedebista estar no comando do país até o fim do prazo de 180 dias. "Pessoas que foram às ruas pedir o impeachment agora estão pressionando pela queda de Temer", afirmou Wagner, que qualificou a aliança formada em torno do novo gabinete como "a união de políticos sem voto para chegar ao poder".
Ao comentar um eventual o impacto da Operação Lava Jato no processo de impeachment, Wagner afirmou que houve vazamentos seletivos. "Há uma quadra na política em que se faz um linchamento público das pessoas e depois ninguém quer saber como foi parar o processo", diz.
Wagner reclamou que depois de um processo ser julgado rapidamente em primeira instância, o ritmo não é mantido em tribunais superiores, deixando os investigados em suspeição.
Para Wagner, a Lava jato fez parte de uma estratégia política de atingir o PT. "Não estou dizendo que a Lava Jato saiu do nada, mas pessoas de outros partidos não foram investigadas com a mesma rapidez", declarou.
Sobre as operações da Polícia Federal que têm como alvo pessoas próximas ao ex-presidente Lula, o petista disse que há uma "clara espetacularização" de tudo o que envolve o ex-presidente e uma tentativa de atingi-lo. "Quem conhece o ex-presidente Lula como eu conheço sabe que ele mora no mesmo apartamento em que morava antes de chegar á presidência", disse. Sobre o sítio de atibaia, Wagner declarou que é um imóvel sem grande valor. (As informações do Estadão)
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