Em vigor há três anos no país, a lei dos 60 dias (12.732/12) - que determina que pacientes com câncer iniciem o tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em, no máximo, 60 dias após o diagnóstico - é alvo de reclamação de pacientes e especialistas pela falta de cumprimento.
Na Bahia não há dados oficiais sobre o tempo médio entre o diagnóstico e o acesso ao tratamento pelo SUS, mas representantes de entidades médicas e de associações de apoio a pacientes na Bahia informam que esse período pode durar de oito meses a até um ano. E para o paciente oncológico cada minuto é precioso.
De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca), a alta taxa de mortalidade por câncer no Brasil está diretamente associada à demora no início do tratamento. No caso da auxiliar doméstica Célia Maria Santos Santana, 60, a via crucis entre a descoberta e o começo da quimioterapia durou quase dois anos. No início de 2014, ela notou um caroço no seio direito. Entre a primeira consulta, realizada no município de Ituberá (a 348 km da capital), e a confirmação do diagnóstico de câncer de mama, em Salvador, foram necessários 11 meses.
Da assinatura do laudo patológico até a cirurgia, mais quatro meses se passaram. Em seguida, ela aguardou mais três meses para conseguir a intervenção cirúrgica para a retirada do tumor e, posteriormente, iniciar a quimioterapia.
Célia ainda não conseguiu chegar à metade do tratamento prescrito pelo oncologista. Como se não bastasse a longa caminhada até ter acesso às terapias, frequentemente as sessões são interrompidas por causa da manutenção dos aparelhos radioterápicos e da carência de medicamentos.
"Por muitas vezes, ela pensou em desistir. Mas não vamos deixar ela fraquejar, temos que ser fortes", conta, emocionada, a filha mais nova da paciente, Claudicélia Santana, 33. (As informações do A Tarde)
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