segunda-feira, 30 de maio de 2016

DILMA ATRIBUI PODER NO GOVERNO A CUNHA, QUE REBATE PETISTA

A presidente afastada Dilma Rousseff e o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), travaram um bate-boca no fim de semana, após publicação de entrevista dada pela petista ao jornal Folha de S.Paulo, na qual ela afirmou que o governo do presidente em exercício Michel Temer terá de "se ajoelhar" para o deputado, com quem "não há negociação possível". A resposta de Cunha foi dada ontem, pelo Twitter. "Além de sua arrogância e das mentiras habituais, ela demonstra a sua incapacidade e despreparo para governar", escreveu o presidente afastado da Câmara, acerca de Dilma. "Se até o Lula se arrependeu de ter escolhido ela, imaginem aqueles que ela fez de idiota, mentindo na eleição. Para ela, apenas uma frase: Tchau querida."

Na entrevista, Dilma atribuiu a Cunha papel central no atual governo. "Isso ficou claríssimo agora, com a indicação do André Moura (deputado ligado a Cunha e líder do governo Temer na Câmara). Cunha não só manda: ele é o governo Temer. E não há governo possível nos termos do Eduardo Cunha", afirmou a presidente afastada. A petista também comentou as conversas gravadas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado com integrantes da cúpula do PMDB, como os senadores Romero Jucá (RR), ex-ministro de Temer, e Renan Calheiros (AL), além do ex-presidente e ex-senador José Sarney (AP). "As razões do impeachment estão cada vez mais claras", disse. Para Dilma, seu afastamento se deveria a uma tentativa de obstrução da Operação Lava Jato. "As conversas provam o que sistematicamente falamos: jamais interferimos na Lava Jato. E aqueles que quiseram o impeachment tinham esse objetivo."

Sobre a hipótese de ser citada na delação premiada de Marcelo Odebrecht, e acusada de pedir a ele dinheiro para o pagamento do marqueteiro João Santana (campanha de 2014), a presidente afastada foi enfática: "Eu jamais tive conversa com o Marcelo Odebrecht sobre isso". Além disso, a presidente afastada afirmou que o impeachment foi uma forma de se implementar uma "política ultraliberal em economia e conservadora em todo o resto. Com cortes drásticos de programas sociais".

Dilma não admitiu, no entanto, ter ela própria dado uma guinada entre o discurso da campanha à reeleição, com manutenção da política econômica anticíclica, e as medidas adotadas a partir de 2015, com ajuste fiscal e corte de benefícios. (As informações são do jornal O Estado de S. Paulo)

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