A maldição da Operação Lava Jato que ajudou, por um lado, a derrubar o PT e por outro a colocação de Michel Temer (PMDB) na presidência da República, abateu em cheio o novo governo nesta segunda-feira, 23, num episódio muito parecido com o que ocorria nos tempos da presidente afastada Dilma Rousseff (PT). No dia em que Temer marcou para levar solenemente ao Congresso Nacional proposta da nova meta fiscal, uma agenda positiva da gestão que tenta se firmar, estourou a bomba da gravação revelando a conversa entre o ministro do Planejamento, o senador Romero Jucá (PMDB-RR), e Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, onde se discutia formas de estancar a "sangria" da Lava Jato.
Paradoxalmente a matéria foi divulgada no jornal Folha de São Paulo, que militantes do PT e do PCdoB gostam de tratar como legítimo integrante do "PIG" - "Partido da Imprensa Golpista" como se referem a órgãos de comunicação que divulgam matérias desfavoráveis aos dois partidos. A matéria provocou reação entre o próprios aliados de Temer. O senador Ronaldo Caiado (DEM-GO), um dos que mais lutaram pelo impeachment de Dilma, pediu a saída de Jucá, em meio a notícias de que Sérgio Machado teria gravado conversas também com os senadores Renan Calheiros e José Sarney (ambos do PMDB). No final da tarde, Jucá anunciou uma "licença" do cargo para tentar debelar a crise.
"Estarrecedores" - O ex-ministro da Casa Civil, Jaques Wagner (PT) repercutiu o caso Jucá na sua conta do Twitter desde o início da manhã, em várias mensagens: "As conversas dele com Sérgio Machado não deixam margem para dúvida: o impeachment só ocorreu pq o PMDB temia o avanço da #LavaJato", diz, numa delas. "Após uma semana de sucessivas notícias negativas, vieram à tona hj diálogos estarrecedores do ministro do Planejamento, Romero Jucá", escreveu em seguida o petista.
"Não era para combater a corrupção que eles queriam tirar @dilmabr do poder. Era justamente para permitir que os malfeitos continuassem ocorrendo livremente", prosseguiu, batendo firme: "23 de maio de 2016 entrará para a História como o dia em que o golpe contra @dilmabr foi definitivamente desmoralizado, desmascarado". Ilustrou suas mensagens com fotos de Jucá, Aécio e Temer e Cunha se cumprimentando. Já o governador Rui Costa (PT) "retuitou" a matéria da Folha sobre a denúncia sem fazer comentários até as 19h30 desta segunda. (As informações do A Tarde)
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