Vinte dias após assassinar o comerciante João Batista da Silva, 71 anos, o vendedor - e quase homônimo - João Batista Neto, 23, disse que matou após reação da vítima. O crime, que foi registrado por câmeras de segurança do local, ocorreu no dia 25 de novembro, no bairro do Jardim Cruzeiro, em Salvador. Apresentado à imprensa nesta sexta-feira (15), Neto não quis dar detalhes do dia assalto.
Armado com um revólver calibre 32, ele foi preso na tarde desta quinta-feira (14), na localidade da Jaqueira, no bairro de Periperi. À imprensa, ele disse que "fez coisa errada", e afirmou, sem demonstrar arrependimento, que não se escondeu após ver as imagens do momento do crime circularem na televisão. "Para quem vive do crime é isso aí, morte ou cadeia. Se eu quisesse me esconder eu teria ido embora de Salvador, mas não fiz isso", afirmou ele, sem dar informações sobre o outro homem que aparece nas imagens das câmeras de segurança do local.
Segundo o titular da 5ª Delegacia (Periperi), delegado Nilton Borba, João é responsável por efetuar os quatro disparos que mataram João Batista Silva, em frente à casa em que morava. "Ele disse, durante interrogatório, que deu os quatro tiros e o parceiro dele deu um. Falou que atirou depois que o comerciante lutou com o comparsa", explicou Borba. Ainda segundo Nilton Borba, Neto e o comparsa acreditavam que o comerciante guardava dinheiro em casa e, por isso, ameaçaram invadir a residência. A polícia disse, porém, que não havia quantia em dinheiro da casa de João da Silva.
"Não tinha dinheiro lá. A possibilidade de premeditação ainda está sendo investigada. Por enquanto, sabemos que outra pessoa participou junto com ele", disse o delegado, sem descartar o envolvimento de uma terceira pessoa. A polícia também não tem informações sobre o carro que teria dado fuga aos criminosos.
Embora diga que vive a vida do crime, João Neto chegou a afirmar que vende panelas de porta em porta, tem endereço fixo - no bairro de Periperi - e não tem filhos. "Não tenho família. Tenho mulher, mas ela não mora em Salvador. E tem o filho dela que crio como se fosse meu", disse à reportagem.
João Neto é natural do Ceará e, conforme o delegado, está em Salvador desde o Carnaval de 2016. A polícia não encontrou registros no histórico criminal do suspeito. "Nós estamos apurando se real identificação é essa, pois ele não tem documentos. O histórico vai ser melhor checado depois disso", pontuou Borba.
De acordo com o delegado, Neto também é suspeito de ser responsável por uma série de roubos a transeuntes na região da Cidade Baixa. "Ele age sozinho e acompanhado, em Salvador e também na região metropolitana".
Prisão
Segundo Nilton Borba, Neto foi preso após passar de moto na Rua Daiane Matos, em Periperi. Ele foi surpreendido por uma equipe da 18ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM/Periperi), que realizava abordagens rotineiras a motociclistas da região.
Armado com um revólver calibre 32, ele pilotava uma Honda Fan 150, com placa OVA 9387, que, de acordo com a polícia, foi roubada por ele, no dia 12 de dezembro, em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador (RMS). Seis munições, sendo quatro intactas e duas deflagradas, também estavam sob posse de Neto.
A arma apreendida, no entanto, não foi a mesma utilizada para matar o comerciante. "[A que ele utilizou no crime] foi um calibre 38, que ele disse que trocou por uma outra moto roubada", explicou Borba. "A princípio, ele tentou evadir. Mas foi alcançado e não reagiu à prisão", contou o subcomandante da 18ª CIPM, capitão Will Jeckson. Segundo ele, o suspeito foi alcançado na Rua da Jaqueira.
Neto, no entanto, negou a versão da polícia e disse que tomava banho quando foi preso. "Como eu ia fugir se estava tomando banho quando eles [polícia] chegaram? Não tinha como, né? Eu estava em casa", disse aos jornalistas.
João Neto vai ser submetido à audiência de custódia na tarde desta sexta-feira (15). Ele vai responder por crime de porte ilegal de arma, receptação e roubo da moto apreendida com ele, além de latrocínio. "O crime de latrocínio é um dos piores. É um crime hediondo. A pena varia de 12 a 30 anos", pontuou Nilton Borba. (As informações do Correio)
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